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Cesta básica em Dourados sofre mais um aumento, afirmam estudantes de Ciências Econômicas da UFGD

O levantamento foi realizado na última semana do mês de março e primeira semana de abril – Divulgação

O valor da cesta básica do mês de março, comparado com o mês de fevereiro, apresentou aumento considerável de preço, que foi de 7,06%, segundo pesquisa realizada pelos acadêmicos do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

O levantamento foi realizado na última semana do mês de março e primeira semana de abril. Conforme mostra o resultado, de janeiro a março deste ano os preços da cesta básica têm acumulado um aumento de 14,86%. De acordo com o professor Enrique Duarte Romero, é provável que esse aumento se deve, principalmente, à intempérie climática. “Esperamos que a partir do mês de abril comece uma maior estabilização dos preços”, afirma.

Os produtos que compõem a cesta básica, conforme o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), e de acordo com a Lei nº 399 que estabelece o salário mínimo são: açúcar, arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, óleo de soja, pão-francês e tomate. Os preços da cesta básica de fevereiro com estes produtos ficaram em R$ 406,25 o que significa 40,71% do salário mínimo, que é R$ 998,00. E no mês de março, o trabalhador douradense teve que destinar uma quantia bem superior a isso para a compra dos produtos componentes da cesta básica, que foi de R$ 434,96. Esse valor equivale a 43,58% do salário mínimo vigente.

Em nível nacional, no mês de janeiro, São Paulo registrou o maior preço da cesta básica entre as capitais do país, no valor de R$ 509,11 e pelo terceiro mês seguido. Já o Rio de Janeiro foi a segunda capital mais cara, com R$ 496,33. E a terceira capital onde a cesta esteve mais elevada foi em Porto Alegre, com R$ 479,53. Estas mesmas capitais apresentaram a cesta mais elevada no mês de fevereiro deste ano.

Os menores preços no mês de março foram verificados em São Luís, cujo preço da cesta foi de R$ 395,58; Aracajú, com R$ 385,62; e o menor preço da cesta básica no mesmo mês foi registrado na capital baiana, Salvador, com R$ 382,35 e pelo segundo mês seguido. Os menores preços foram praticados nas capitais da região Nordeste e, no mês de março/2019, os preços da cesta básica aumentaram em todas as 18 capitais estaduais do país onde são realizadas a pesquisa, conforme verificamos no registro do DIEESE.

Na capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, o preço da cesta no mês de março foi de R$ 447,50, portanto, maior que a de Dourados (R$ 434,96). Desta vez, a cesta básica douradense foi superior aos preços praticados em oito capitais estaduais brasileiras das dezoito que o DIESSE verifica. Estas capitais foram: Goiânia, Belém, Recife, João Pessoa, Natal, São Luís do Maranhão, Aracajú e Salvador.

A partir da Constituição Federal de 1988, o trabalhador brasileiro deve trabalhar 220 horas mensais. A partir dessa informação, é importante destacar que no mês de fevereiro, um trabalhador douradense para pagar a cesta básica tinha de trabalhar 89 horas e 33 minutos. Já no mês de março, este mesmo trabalhador precisou de um tempo superior para comprar alimentos: 95 horas e 53 minutos. Isto representa uma perda do poder de compra do salário mínimo.

Dos 13 produtos que compõem a cesta básica, 9 apresentaram um aumento de preços no mês de março em Dourados. O produto que teve a maior elevação do mês foi o tomate, com 42,63%, uma elevação muito acentuada e pelo segundo mês seguido; a banana, com 29,81%, também por dois meses consecutivos; o café teve 9,96% de aumento. Os outros produtos que aumentaram de preços foram: o leite, com elevação de 8,22%; açúcar, com 4,53%; batata; com 3,78%; arroz; com 2,91%; feijão, com 2,03%; e, com uma pequena elevação, o pão francês fechou o mês de março com 0,13% de aumento. Tanto a batata como feijão tiveram seus preços elevados pelo segundo mês seguido.

Já os produtos que diminuíram de preço em março, foram: manteiga com 6,94%; farinha de trigo, com 4,60%; e com uma queda tênue dos preços estão a carne, com 0,63% e o óleo de soja, com 0,61% de queda. Mesmo com a forte elevação de preços como do tomate, feijão e batata, desde o início do ano, os preços da cesta básica douradense não se elevaram ainda mais porque o principal produto que a compõe, a carne, teve pequena variação negativa, tanto em fevereiro quanto em março. A carne representa 34% do total da cesta no município de Dourados.

“Com o aumento dos preços dos produtos da Cesta Básica, enfatizamos nossa sugestão aos consumidores douradenses de que vale a pena a pesquisa nos diversos supermercados”, afirma o professor Enrique. O supermercado que praticou o preço mais elevado chegou a R$ 463,72, e o menor, com R$395,67, com os mesmos produtos. Isto representa uma diferença de R$ 68,05, ou seja, 17,20%.

“Outra sugestão que fazemos é a de verificar, também, os levantamentos realizados pelo PROCON do nosso município, pois o método adotado por esta instituição é a de comparar os preços praticados por cada estabelecimento e dar a publicidade, identificando cada supermercado com os respectivos produtos.

Conforme o DIEESE e, levando em consideração a determinação da Constituição Nacional, que estabelece que o valor do salário mínimo deve ser suficiente para cobrir as despesas do trabalhador brasileiro e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, estima-se mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Dessa maneira, em fevereiro de 2019, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.052,65, isso significa 4,06 vezes mais do que o mínimo vigente, que é de R$ 998,00. Em março, o salário mínimo necessário seria 4.277,04, isto representa 4,29 vezes do salário praticado naquele mês.

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