O dia 17 de maio é considerado o Dia Internacional de Luta contra a LGBTFOBIA. Neste ano em particular, o dia 17 de maio será experienciado de uma forma diferente, muito em função do modo como a COVID-19 tem afetado as experiências de todes em nossa população. Os reflexos são enormes, contribuindo ainda mais para condições de vulnerabilidades e precariedades, em especial, das pessoas travestis e transexuais, em contextos de prostituição, por exemplo. Para além dos enfrentamentos cotidianos que atravessam a experiência dos corpos LGBTs, há também o enfrentamento pela falta de recursos financeiros além da exclusão e repressão familiar.
Cabe lembrar que antes mesmo da pandemia da COVID-19 assolar nossas vidas, este segmento já lutava contra outras pandemias, tão mortais quanto a COVID-19. Historicamente, a população LGBT foi estigmatizada com a insurgência da pandemia da AIDS, denominada de peste gay, marginalizando nossas experiências corpóreas, sexuais e afetivas. Apesar de muita luta e organização conseguimos, juntes, reverter este quadro. Afinal, após 30 anos de enfrentamento da epidemia do HIV/AIDS, hoje já se sabe o quão diferentes corpos com orientações de gênero e sexual, também são afetadas pela epidemia. A noção de grupo de risco foi substituída por comportamento de risco. Contudo, ainda assim, sabemos o quanto as pessoas LGBT, em especial, os gays e pessoas travestis e transexuais, são, ainda, fortemente, atingidas pela infeção, em decorrência de inúmeros fatores, sobretudo, pela falta de oportunidade e reconhecimento de suas vidas em sociedade.
Tivemos algumas vitórias que trazem muita força para o movimento, como, por exemplo, o reconhecimento da união homoafetiva, a ampliação do uso, por lei, do nome social, a criminalização da homotransfobia no Brasil, e, recentemente, a autorização pelo STF da doação de sangue de LGBT’s, entre outras conquistas, todas representando o reconhecimento institucionalizado de que nossos corpos e nossas vidas importam.
Nesse ínterim, cabe destacar que o objetivo desta nota é continuar potencializando o debate sobre a importância das nossas existências, chamando a atenção para os mais variados tipos de preconceitos que (de)marcam nossas experiências afetivas, corpóreas e sexuais, além de gerar o desenvolvimento de uma conscientização civil sobre a importância da criminalização da homofobia e de outros direitos que ferem nossa existência. Por isso, é importante que você LGBT que esteja sofrendo qualquer tipo de violência, saiba que não está sozinho/a. Procure-nos ou alguma das entidades LGBT.
Tivemos avanços em Mato Grosso Sul, mas estamos distantes de termos políticas públicas adequadas para a População LGBTQI+, com orçamento e ampla participação da sociedade civil organizada e de ativistas. O poder público ainda precisa garantir e ampliar a proteção e combate às múltiplas formas de violência.
Nós seguiremos na luta, exercendo nossos direitos com coragem e responsabilidade! Não se omita! Lute como uma pessoa LGBT, negra e periférica.
Alanys, Presente! Richard Lima, Presente! Renan Júnior, Presente! Brenda do povo Boe Bororo, Presente!
Fórum Estadual LGBT de Mato Grosso do Sul
Subscrevem:
- ATMS – Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul;
2.ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transexuais;
3.IBRAT/MS – Instituto Brasileiro de Transmasculinidade;
4.IBISS-CO – Instituto Brasileiro de Inovações Pró Sociedade Saudável do Centro – Oeste;
- Gapp-HIV/AIDS de Corumbá MS.
- Art Gay/MS.
- Casa Satine;
8.Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM/MS.
9.CDDH Marçal de Souza Tupã-i
10.Aliança Nacional LGBTI – Coordenação Estadual de Mato Grosso do Sul;
11.Associação dos Anglicanos Solidários de Campo Grande;
- Coletivo Tibira;
- Associação Trêslagoense de Gays, Lésbicas e Travestis;
- Secretariado Estadual da Diversidade Tucana – PSDB.