VÃtima pediu ajuda à famÃlia no interior com envio de uma foto com um X desenhando na mão
Segundo a PolÃcia Militar, após receber a denúncia da famÃlia, uma equipe do Programa Mulher Segura (Promuse) foi até ao endereço na Capital. Lá, durante entrevista, a vÃtima revelou que era mantida em cárcere pela própria irmã, que a obrigava a fazer todas as atividades domésticas, impedindo-a de sair de casa, até mesmo para ir ao médico.
Com ajuda de um intérprete em libras, a vÃtima relatou que sofria humilhações, ofensas e constrangimento por parte do cunhado, que não tinha pudores em relação aos momentos Ãntimos do casal. Sem conseguir sair de casa para ir até uma farmácia conveniada e mostrar o X vermelho na palma da mão, a vÃtima fez uma foto e mandou para familiares no municÃpio de Aquidauana â distante 141 quilômetros de Campo Grande, que de imediato acionaram a PolÃcia Militar e houve o resgate.
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), aderiu ao movimento criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) para que mulheres vÃtima de violência doméstica possam contar com apoio de farmácias como um novo canal silencioso para denúncias.
Em Mato Grosso do Sul, dados da Superintendência de Inteligência de Segurança Pública (SISP) da Sejusp mostram que os últimos três anos vêm registrando queda no número de casos. Em um comparativo de janeiro a maio (mês lançamento da campanha) referente a cada ano: 2018 registrou 7.616 ocorrências; 2019, 7.653 ocorrências; 2020, 7.042 ocorrências em todo o Estado. Quanto aos casos de feminicÃdios, 15 foram registrados no mesmo perÃodo de cada ano.
A Sejusp trabalha junto com a PolÃcia Civil, PolÃcia Militar e Corpo de Bombeiros Militar na prevenção e no aperfeiçoamento de seus profissionais para prestarem atendimento à s vÃtimas. E um exemplo, foi justamente, da PM com o Programa Mulher Segura â Promuse, que atua no reforço da fiscalização das medidas protetivas de urgência, proporcionando maior segurança à s vÃtimas.
A PolÃcia Civil, por sua vez, outra instituição parceira da campanha, criou uma nova ferramenta, on-line, para que as mulheres denunciem crimes envolvendo violência de gênero e pode ser acessada através do site http://devir.pc.ms.gov.br/#/. As Delegacias Especializadas da Mulher em todo o Estado mantêm o atendimento normal para as vÃtimas em suas unidades. Todas as denúncias podem ser feitas via 190 ou diretamente na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM).
No Estado, inicialmente devem participar da campanha, a rede de farmácias Pague Menos, Drogasil e Redepharma. No Brasil, cerca de 10 mil farmácias, filiadas a duas associações do setor, são parceiras na iniciativa. A campanha conta com diversos materiais digitais disponÃveis para download em www.amb.com.br/sinalvermelho e todos podem ajudar a difundir a prática.
Veja como funciona o Sinal Vermelho:
- A mulher vÃtima de Violência Doméstica poderá pedir ajuda nas farmácias conveniadas.
- O sinal âXâ, feito com batom vermelho (ou qualquer outro material), na palma da mão (ou pedaço de papel) permitirá à vÃtima identificar-se ao atendente em farmácias e drogarias, previamente cadastradas, para acionar a PolÃcia Militar.
- O atendente das farmácias e drogarias receberá uma cartilha e um tutorial com as orientações necessárias ao atendimento da vÃtima e acionamento da polÃcia.
- A vÃtima será acolhida pela PolÃcia Militar e ingressará no sistema de Justiça, com o apoio da rede de proteção.
- O atendente ou farmacêutico não terá responsabilidade de figurar como testemunha da ocorrência â será apenas comunicante.