Decisão do presidente americano dividiu opiniões
Seis bilhões de dólares pela vida de cinco americanos. Foi o que custou a Joe Biden a libertação de seus compatriotas detidos no Irã, alguns por quase 10 anos, sob acusações de espionagem e conspiração.
Washington também concedeu liberdade a prisioneiros iranianos, garantindo, no entanto, que a troca não altera o relacionamento com o regime de Teerã e anunciando novas sanções.
“Hoje, cinco americanos inocentes detidos no Irã finalmente voltam para casa. Eles se reunirão com seus entes queridos, após suportarem anos de agonia, incerteza e sofrimento”, declarou o presidente, renovando o apelo para que todos os cidadão dos EUA não viajem ao Irã, pois é “muito arriscado para quem possui passaporte americano”.
Siamak Namazi, Morad Tahbaz, Emad Sharghi e outros dois tinham dupla cidadania, mas o Irã não reconhece a americana e os considerava cidadãos iranianos.
Namazi, um empresário, foi preso em 2015 e condenado a dez anos de prisão por espionagem, enquanto Tahbaz, que também possui nacionalidade britânica, foi acusado de “conspirar com a América”.
Os outros dois, que preferiram manter o anonimato, provavelmente são uma pesquisadora e um empresário.
Os cinco iranianos, “todos culpados de delitos menores”, como afirmaram fontes da administração dos EUA, chamam-se Reza Sarhangpour e Kambiz Attar Kashani, ambos acusados de violar as sanções dos EUA; Kaveh Lotfolah Afrasiabi, considerado um agente do governo de Teerã; Mehrdad Moein Ansari e Amin Hasanzadeh, culpados por colaborar com o Ministério da Defesa e as forças armadas iranianas.
Namazi, um dos cinco americanos libertados pelo Irã, agradeceu a Biden pelas “difíceis decisões” que levaram à sua libertação e por “colocar a vida dos cidadãos americanos acima da política”.
A decisão do chefe da Casa Branca de negociar com um dos inimigos mais acirrados dos Estados Unidos, de fato, foi fortemente atacada pelos republicanos e pelas organizações de Direitos Humanos, que consideraram um precedente perigoso.
A administração assegurou que não se trata de um resgate e que os fundos – provenientes da venda de petróleo iraniano à Coreia do Sul, enviados através do Catar – só podem ser usados pelo Irã para fins humanitários.
“Vamos monitorar de perto”, assegurou o secretário de Estado americano Antony Blinken, que, após uma emocionante ligação com os cidadãos libertados, enfatizou que “não há prioridade mais alta para esta administração do que trazer os americanos de volta para casa”.
Simultaneamente ao acordo, Biden anunciou novas sanções contra o regime de Teerã, especialmente contra o ex-presidente Mahmud Ahmadinejad e o Ministério da Inteligência por Bob Levinson, ex-agente do FBI desaparecido no Irã em circunstâncias misteriosas há 17 anos e provavelmente morto.
Da AnsaFlash