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Apesar da melhora com a retomada econômica, quatro em cada dez restaurantes ainda estão no vermelho

Mais da metade dos empresários do setor, que inclui os bares, disse não conseguir pagar contas e impostos, aponta pesquisa

Apesar da significativa melhora com a retomada econômica, o setor de bares e restaurantes no país ainda sofre com as consequências da pandemia de covid-19. Na pesquisa mais recente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), 37% dos empresários afirmaram que ainda trabalham no prejuízo. As informações são do R7.

Os números de julho representam um alento aos empresários, já que em junho o índice chegou a 54% e, em abril, a 77%. Na avaliação do presidente-executivo da entidade, Paulo Solmucci, a nova realidade sinaliza que os clientes estão recobrando a coragem de comer fora de casa, contudo, o índice ainda preocupa.

“O indicador ainda é alto, estamos falando de mais de um terço das empresas ainda sem conseguir se restabelecer, mas mostra que aos poucos a retomada está acontecendo, junto com a flexibilização por parte dos estados e municípios. E, mais importante ainda, a confiança dos clientes em frequentar os bares e restaurantes também está voltando”, diz Solmucci.

A consequência da melhora já é nítida na folha de pagamentos deste mês de agosto. Segundo a entidade, 16% das empresas disseram não ter conseguido honrar integralmente os salários de seus funcionários. Em julho, este número chegou a 27% e, em abril, 91%.

De acordo com Solmucci, o número de empresas que apontaram estar com dívidas em atraso também reduziu. Foram 54% no último levantamento, contra 64% em julho e 77% em maio. Ou seja, mesmo com o retorno das atividades com o recrudescimento da crise sanitária, mais da metade dos donos de bares e restaurantes não consegue pagar integralmente contas como impostos, água, luz, gás e fornecedores.

De modo especial, ficamos preocupados com o grande número de empresas do setor que está no Simples Nacional (segundo a pesquisa, são 86%) e não consegue pagar o imposto – 53%, mais da metade. O empresário tem medo de sair do regime fiscal diferenciado caso não consiga honrar esse compromisso. Por isso, é muito importante que as empresas tenham um respiro, uma renegociação de dívidas como essa, diz Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

Outro ponto de atenção que ainda tira o sono dos donos de bares e restaurantes são os bancos. Para evitar fechar as portas de vez, muitos recorreram a financiamentos, e o resultado é que 79% das empresas têm algum empréstimo contratado. Destes, 37% possuem ao menos uma parcela em atraso.

O que está por vir
A alta no preço dos insumos também preocupa os empresários. Conforme a pesquisa, 83% dos empresários avaliam que os alimentos e bebidas subiram mais de 10% no primeiro semestre, embora a inflação oficial (IPCA) tenha ficado em 3,77% no período.

Para a esmagadora maioria (84%), novas altas virão até o fim de 2021 e, embora o setor prometa não repassá-las integralmente aos clientes, comer fora ficará ainda mais caro.

Conforme a Abrasel, 64% dos estabelecimentos afirmaram ter elevado os valores dos pratos no primeiro semestre. Porém, destes, 44% responderam na pesquisa ter aumentado os preços entre 5% e 10%.

“Ainda que a inflação alta tenha tido impacto nos preços, o repasse para o cardápio foi menor, pois o setor teve um ganho de produtividade significativo na pandemia, o que ajudou a absorver parte dos custos”, afirma Solmucci.

A pesquisa da Abrasel ouviu 1.272 estabelecimentos de todo o Brasil entre os dias 12 e 24 de agosto.

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