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Amigos trocam pecuária por apicultura e fazem sucesso com confecção de roupa apícola

Macacão fabricado por Nivaldo Ramos e Adriano Adamis é revendido para todo o País – Foto: Apiário Serra da Bodoquena

Além de serem grandes protagonistas na segurança alimentar do planeta, pois 70% das culturas agrícolas dependem do serviço de polinização e as abelhas estão entre as principais agentes nesse processo, estes pequenos insetos também servem como termômetro do meio ambiente. A presença delas é sinal de saúde da floresta e porque não dizer de todo o seu em torno.

Tanta representatividade faz com que os apicultores tenham um papel atuante dentro deste cenário de preservação das abelhas versus meios de produção. Nesta terça-feira (22.5), Dia do Apicultor, a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), traz os trabalhadores rurais Nivaldo Ramos e Adriano Adamis, que trocaram a pecuária pelo mel, um exemplo claro de que a apicultura sul-mato-grossense é sinônimo de sucesso e tende muito a crescer.

“Tudo começou primeiramente por um trabalho social. Quis ajudar os bombeiros a fazerem a retirada das colmeias sem a incineração dos animais. Comecei a trazer os animais para a minha propriedade, mas, chegou a um ponto que foi crescendo e a gente teve que ir montando os apiários”, lembra Nivaldo.

A parte financeira veio como consequência e inovações surgiram a partir daí. “Desenvolvemos uma roupa apícola amarela, fomos para um congresso em Belém, no Pará, em 2014. Lá fomos premiados e, hoje, revendemos nosso macacão para todo o País. A gente abriu uma confecção em Campo Grande, contratamos seis pessoas para nos ajudar. No meio apícola ficamos conhecidos e temos revendedores em Minas Gerais, São Paulo e Paraná”.

A roupa em questão garante conforto e segurança aos trabalhadores. “Você pode usar um short com tranquilidade. Não precisa usar uma roupa grossa por baixo do macacão. O macacão é mais ventilado que os demais pelo material que usamos, o apicultor também não levará ferroada. Sem contar que a cor amarela, não sei explicar biologicamente, mas a agressividade das abelhas diminui e muito”, afirma.

A cor escolhida foi um misto de acaso e inteligência por parte dos dois empreendedores. “Quando você vai comprar lâmpada anti-inseto a cor é amarela. Eu observei isso e fiz o teste no macacão. Estava necessitando de uma roupa mais ventilada porque o Estado é muito quente. Com apoio do Sebrae a gente conseguiu um tecido vindo de São Paulo e estamos trabalhando até hoje”.

Nivaldo conta que o trabalho na apicultura vem mostrando bons resultados o que chama a atenção dos colegas de profissão. “Em parceria com a Agraer já fizemos um dia de campo em Jardim sobre apicultura. A gente também está sempre disponível para os pequenos produtores que querem se aperfeiçoar ou aqueles que não são do ramo, mas têm o interesse”.

Juntos, os dois apicultores tem colmeias em propriedades na zona rural da Capital, Rochedo, Água Clara e Bandeirantes. “Nós pagamos um arrendamento em áreas de eucalipto, nabo forrageiro, florada silvestre e até com uma empresa de suco de laranja. O mel de flor de laranjeira tem uma qualidade incrível e é bem palatável”, observa Nivaldo.

Com tanta dedicação às abelhas, Nivaldo e Adriano têm uma produção anual de cerca de 60 a 70 quilos de mel por colmeia. “Contamos com mais ou menos 450 colmeias. A produção de cada ano varia muito, depende do clima e da florada. Mas, em época de boa safra a gente chega a 30 ou 35 toneladas no ano. O mel a gente revende para outros estados e muito do que produzimos acaba indo para a exportação”.

Um retrato que se encaixa bem na realidade do nosso Estado, de acordo com a Federação de Apicultura e Meliponicultura de Mato Grosso do Sul (Feams), a produtividade local é de 52,33 quilos de mel/colmeia/ano, acima da média nacional que é de 18 quilos, segundo dados do IBGE.

Estima-se que sejam quase 30 mil apiários espalhados por Mato Grosso do Sul. Os municípios de Três Lagoas, Jardim e Chapadão do Sul são os que mais produzem mel. De toda a produção, apenas 20% fica em solo regional, a grande porcentagem é destinada aos outros estados e comércio internacional.

Mas, mesmo com tanta prospecção e rentabilidade do mercado, uma coisa que Nivaldo e Adriano buscam manter é a origem do trabalho. “A gente continua com o trabalho social, os bombeiros estão sempre nos chamando. O nosso macacão especial tem sido de muita utilidade nessas operações. E, há um tempo estamos com a prestação de serviços junto à CCR MS Via. Sempre que aparecem abelhas em posto de pedágio, na beira das estradas ou em posto de apoio, a gente vai lá fazer a retirada”, argumenta.

Um trabalho que visa a preservação. “O apicultor é preservacionista nato. Ele não tira uma só árvore, ele planta. Você preserva sempre, por isso é uma cultura 100% limpa. Em Rochedo, eu parei de mexer com gado e reflorestei a área de pastagem. A princípio o trabalho começou para proteger mesmo, o acréscimo na renda veio por consequência, a gente gosta do que faz e cuida”.

As pessoas interessadas em conhecer o trabalho ou adquirir algum dos produtos de Nivaldo e Adriano podem acessar o Facebook e pesquisar por Apiário Serra da Bodoquena.

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