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Ambientalistas denunciam desmatamento na Reserva Cisalpina

Pecuarista do município de Brasilândia estaria derrubando grossas toras de árvores nativas – Divulgação

Uma área de mata que compõe a reserva legal das antigas fazendas Cisalpina, Olímpia e Flórida, que foram adquiridas pela CESP e transformadas em APP e RPPN Cisalpina, está sendo invadida e desmatada colocando em risco o corredor ecológico, ninhário e local de pouso de aves na borda de mata nativa da Reserva, ambiente de vital importância para a sobrevivência de diversas espécies de animais.

A denúncia foi feita nesta sexta-feira (05/02/2021) pelo ecologista José Mello Carvalho residente em Brasilândia/MS, onde a Reserva Cisalpina, de mais de 20 mil hectares se localiza ao longo da margem direita dos rios Verde e Paraná. Segundo a denúncia, um pecuarista do município de Brasilândia está derrubando grossas toras de árvores nativas, algumas delas centenárias que ali se encontram, acabando com o que restou da reserva legal preservada ainda pelo antigo proprietário da fazenda Cisalpina, Luigi Cantone.

O agressor alega que comprou a área remanescente da fazenda Cisalpina, o que lhe permitiu colocar o maquinário para promover a derrubada das árvores e remoção das croas de mata para transformar tudo em campo para o plantio de pasto para o gado. Para José Melo de Carvalho que é o monitor de flora e fauna credenciado junto ao Ibama/Imasul, o caso devia ser encaminhado à Promotoria de Justiça com o pedido de apreensão do maquinário.

Segundo o presidente do Instituto Cisalpina, ONG de Pesquisa, Educação Socioambiental e Defesa do Patrimônio Cultural, de Brasilândia, Carlos Alberto dos Santos Dutra, a luta do ambientalista José Melo de Carvalho não é de hoje que vem sendo travada, e tem se mostrado um valoroso defensor do meio ambiente, especialmente na região da Cabeceira Perdida e entorno da Reserva Cisalpina, que sofre constantemente pela ação criminosa de invasores, caçadores e madeireiros.

Mostrando-se solidário com a denúncia apresentada pelo membro voluntário da entidade, que, juntamente com outro ambientalista, João Brito de Souza, ambos têm realizado trabalho admirável de reflorestamento de mata ciliar e áreas degradas, produzindo e plantando mudas de árvores nativas ao longo das estradas, o que contrasta com a agressão desmedida praticada agora pelo pecuarista.

É muito triste ver tudo isso acontecendo, lamenta o ambientalista. Estou chorando junto com a mata (…). Eles pensam, porque adquirem uma posse, podem destruir a natureza (…). Para salvar o restante das árvores é preciso embargar o crime ambiental que está sendo praticado. Estou de luto, exaspera-se revelando certa dose de descrédito na força da Justiça para reverter esse quadro.

A área que o pecuarista está desmatando está localizada na barra do córrego Jardim que, com o tempo, transformou-se num corredor de fauna e flora, sendo possível ver a luz do dia, antas e cervos do pantanal transitando, buscando guarida em restingas de mata atlântica na borda da reserva legal dos Assentamentos Santana e Santa Emília, numa área bastante irrigada e de farta presença de fauna nativa, tais como catetos, queixadas, pacas, tatu canastra, bugios, além de aves como mutum, pomba asa branca, juritis, ribaçãs, entre outras.

O ambientalista que também é técnico agrícola da Agraer e fiscal voluntário do Ibama, buscou falar com o pecuarista, ocasião em que ouviu do mesmo que havia adquirido a área, porém não dispunha de escritura pública. Oportunidade em que o técnico fotografou o local e observou as toras de madeira derrubadas e as restingas já enleiradas para colocar fogo.

No entendimento do presidente do Instituto Cisalpina, a luta em favor da natureza, dificilmente encontra apoio da população. À semelhança da perseverança do senhor José Melo de Carvalho, outras vozes deviam se somar nesta luta pela preservação do meio ambiente, em particular aquelas áreas que se caracterizam como de pouso e reprodução de aves, e que configuram prolongamento de corredores da fauna que se desloca da Reserva Cisalpina para outras áreas à jusante do Rio Paraná em busca de frutos e presas. Áreas como estas devem estar protegidas devido a sua importância biológica para a biodiversidade local e regional, concluiu o dirigente da ONG que prometeu encaminhar ao Ministério Público Federal o teor da denuncia apresentada pelo Sr. José Melo de Carvalho.

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