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Acadêmicos da UCDB visitam polo cerâmico de Rio Verde e planejam projetos de pesquisa

Em visita técnica realizada ontem (08/06) às instalações do LabSenai Cerâmica de Rio Verde e ao polo industrial do município foi o pontapé inicial para que alunos dos cursos de Arquitetura e Administração da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) estreitem os laços entre o meio acadêmico e as necessidades do empresariado local.

O grupo, formado por 25 estudantes, parte deles do programa de incentivo à iniciação científica e tecnológica da UCDB, encerrou a imersão disposto a buscar tecnologias e melhorias do processo produtivo de tijolos, telhas e azulejos, os principais produtos do segmento cerâmico de Mato Grosso do Sul.

A visita foi organizada pelo CTDI (Conselho Temático de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação) da Fiems, em parceria com IEL, LabSenai Cerâmica, Sindicer/MS (Sindicato das Indústrias Cerâmicas de Mato Grosso do Sul) e UCDB, e teve como roteiro o Centro de Educação e Tecnologia do Senai e três indústrias do polo cerâmico de Rio Verde: Ceramitelha, Fênix e Cotto Figueira.

Incentivo

Para o presidente da Anicer (Associação Nacional da Indústria Cerâmica) e do Sindicer/MS, Natel Henrique Moraes, é essencial que a nova geração de profissionais da cadeia produtiva da construção civil seja incentivada a empregar o conhecimento de forma prática, que resulte no desenvolvimento de novos produtos e ideias que geram oportunidades de negócios.

“Toda vez que acadêmicos se formam, se inicia um novo ciclo. Este profissional está aberto a coisas novas, a pensar em modelos inéditos. Trazer esse acadêmico até nós e apresentar o que existe de novo em termos de pesquisas, produtos para o segmento, é muito importante, tanto para ele, que por um momento deixa a sala de aula, quanto para nós, porque é uma forma de acreditar no futuro. Precisamos de pessoas dispostas a empreender, inovar, e que nos ajudem a aprimorar nossa atividade”, avaliou o empresário, que é proprietário das indústrias NHF e Ceramitelha.

A coordenadora do LabSenai Cerâmica, Vânia Carla Souza Brito, explica que, por meio da estrutura da unidade, diversas pesquisas são desenvolvidas para atender 11 municípios da região norte de Mato Grosso do Sul, além de prestar assessoria e consultoria nas áreas de construção civil e cerâmica para outros estados da federação e países do Mercosul.

“Desde 2008 o laboratório é acreditado pelo Inmetro nos escopos de blocos e telhas cerâmicas e, em parceria com o CCB (Centro Cerâmico do Brasil), Anicer e outros departamentos do Senai, estamos fazendo treinamentos e nos capacitando em termos de análises e pesquisas. A intenção é buscar novas tecnologias e capacitar mão de obra para atuar na indústria, o que é fundamental para gerar competitividade para as empresas”, considerou Vânia Brito.

Acadêmicos

A coordenadora do curso de Administração da UCDB, Maria Aparecida Canale Balduíno, explicou que o objetivo da visita é incentivar os acadêmicos a iniciarem projetos de pesquisa na área. “Temos aqui alunos do programa de incentivo à iniciação científica e tecnológica da UCDB, que visa fomentar a pesquisa no período da graduação, e trazê-los para ver na prática o processo de produção é uma forma de inspirá-los nesta decisão de inovar. Eles voltam para a faculdade imaginando de que maneira eles podem contribuir para mudar”, disse.

Coordenador do curso de Arquitetura, Alessandro Campos destacou o caráter regionalista da visita técnica. “A ideia principal é que os alunos conheçam nosso material regional, que é uma das premissas do desenvolvimento sustentável, e, para isso, nada melhor do que a região de Rio Verde, que trabalha com as peças cerâmicas e contribui para o crescimento econômico do Estado. Ao conhecerem as especificidades de cada produto, a intenção é que estes acadêmicos ampliem as possibilidades de projetos que podem desenvolver, sair do cotidiano – vigas, alvenarias, pilares, tijolo de vedação – e na graduação, já ter esse start, colocar a mão na massa, entendendo como está o mercado. Sempre acreditei nesta fusão academia, mercado e empresa, principalmente, com as empresas locais”, opinou.

A acadêmica Catiuscia Plácido da Costa, 24 anos, do 5º semestre de Arquitetura, afirmou que a visita técnica foi uma oportunidade de ficar por dentro das tendências que envolvem o processo produtivo da cadeia da Construção Civil. “Gosto de aproveitar todas as oportunidades que a universidade oferece, de visitas a palestras, e hoje foi uma chance de conhecer mais de perto como funciona a produção de cerâmica do nosso Estado. Explicaram bastante a forma como é produzida, detalhes técnicos que podem fazer a diferença no mercado de trabalho. Estar por dentro de todas as tendências é fundamental na nossa profissão”, opinou.

Do 7º semestre de Administração, a estudante Jésika Aparecida de Souza, 26 anos, comemorou a oportunidade de conhecer o chão de fábrica. “Achei que a visita foi muito proveitosa. Eu, por exemplo, nunca tinha feito uma visita técnica e, como estamos quase no final do curso, ver de perto o processo de produção, o chão de fábrica, o que é feito artesanalmente, as máquinas funcionando, todo esse processo de produção, logística, armazenagem, foi muito válido, na sala de aula não temos essa dimensão”, concluiu.

Empresas

Sócio proprietário da Cotto Figueira e presidente do APL (Arranjo Produtivo Local) Cerâmico de Rio Verde, o empresário Réus Fornari destacou para os alunos as vantagens do uso da cerâmica em edificação, em termos de conforto térmico e acústico. “É fundamental que a nova geração compreenda o processo de produção, porque há muitos argumentos no mercado da Construção civil de que a cerâmica é um produto obsoleto, e há muitas pessoas dispostas a oferecer alternativas. Porém, já tentaram de diversas formas e até hoje, ouso dizer, não encontraram nada, nenhum produto que esteja à altura em termos de conforto como o tijolo, a telha cerâmica. Falo sem medo de errar que esta mesma pessoa que oferece uma casa com outro tipo de estrutura não faria a própria casa dela de outra forma”, disse.

Alan Eduardo Striquer, proprietário da Cerâmica Fênix, cujo foco, por meio de um trabalho manual e artesanal, é a fabricação de azulejos decorativos, avaliou que hoje o mercado exige um material mais personalizado. “Hoje, oferecer um produto personalizado é um diferencial no mercado. Há um nicho muito específico, de pessoas que estão dispostas a investir mais, para ter um produto melhor e que tenha a cara delas. E enxergar isso é fundamental para a nossa atividade”, disse para os acadêmicos.

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