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A volta da campanha no corpo-a-corpo

  • Por Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

Verifica-se, nas últimas semanas, o ressurgimento das recepções em aeroportos, concentrações e caminhadas, onde o candidato é literalmente carregado nos braços dos seus apoiadores e encerra a festa com um discurso. Com essa estratégia, Jair Bolsonaro, o líder das pesquisas entre os candidatos viáveis à presidência da República, está enfrentando o já conhecido pequeno tempo que terá no horário eleitoral gratuito de rádio e televisão, com início previsto para a próxima sexta-feira, dia 31. Os eventos são gravados e divulgados nas redes sociais que, por seu próprio desenvolvimento e popularização, terão, nestas eleições, peso maior do que nas anteriores. A grande interrogação está no nível de influência que os diferentes modais de campanha – rádio e TV, internet e o corpo-a-corpo – terão junto ao eleitorado de 2018.

No período democrático de 1946 a 64, os comícios e concentrações constituíram vigoroso instrumento para o convencimento do eleitor. Minimizados durante o regime militar – onde presidente da República, governadores e prefeitos de capitais e municípios estratégicos não eram eleitos diretamente pelo povo – esses eventos foram perdendo sua força. Tiveram destaque na época das “diretas Já” e nas manifestações populares que precederam ao impeachment tanto de Fernando Collor quanto de Dilma Rousseff. Mas não chegaram a empolgar nas eleições, onde até agora o rádio e a TV são tidos como os principais instrumentos, apesar das restrições e limitações. A internet chegou e hoje disputa o espaço com rádio e TV. As eleições desse ano vão nos demonstrar até que ponto a rede e seus recursos poderão ajudar e interferir na decisão do eleitor.

Bolsonaro revive os grandes movimentos de massa em busca do voto e, pelo menos no primeiro instante, colhe frutos disso. Esse fenômeno, de certa forma já utilizado pelo Partido dos Trabalhadores antes dos problemas que levaram ao afastamento de Dilma e à prisão de Lula, hoje se mostra forte e como alternativa real. Com certeza, os pilotos de campanha dos demais candidatos já estudam o fenômeno e têm pressa para dele tentar obter alguma vantagem aos seus partidos ou coligações. Mesmo que um comício ou concentração não atraia o grosso do eleitorado da localidade onde se realiza, a sua divulgação pelas redes sociais e aplicativos de internet o faz chegar à maioria da população. Segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas, o Brasil possui, atualmente, mais de 306 milhões de equipamentos portáveis ativos, entre smartphones, notebooks e tablets. Todos eles, mais os computadores fixos, são habilitados a receberem a campanha veiculada na internet. Difícil saber até que ponto influenciarão nos resultados…

  • Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) 

aspomilpm@terra.com.br

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