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A empresa que exporta comida brasileira para a Austrália

Tocado por um brasileiro e um australiano, negócio que começou em casa hoje é um dos maiores fornecedores de ingredientes para o país oceânico

Quando Ana Ferreira e seu marido, o australiano Jason Hill, estabeleceram a Brazilian Style Imports, uma década atrás, poucos brasileiros viviam na Austrália.

Hoje, uma das maiores do ramo no país, ela é especializada em levar ingredientes brasileiros também para a Nova Zelândia – nos dois países, a cadeia de consumo chega a 700 estabelecimentos especializados que cresceram em paralelo à onda de estudantes do Brasil nos últimos anos.

Um dos principais compradores é a famosa churrascaria brasileira Braza, em Sydney, onde é possível encontrar churrasco, bisteca de porco, feijoada, guaraná, pimenta e outros ingredientes típicos, que também recebe grande parte do contingente brasileiro da metrópole.

A conexão pessoal de Ana com seu país é crucial para a dinâmica da cadeia de produtos alimentares. “Minha mãe costumava me enviar caixas de produtos que eu já tinha esquecido, e eu sempre ficava muito feliz em recebê-los”, contou ao canal de TV australiano SBS. A ideia da empresa veio quando seu marido, Jason, lhe perguntou porque ela não os vendia, já que o sonho de um intercâmbio na Austrália era a realidade de muitos brasileiros já no começo dos anos 2000.

Ana sempre respondia que os produtos não eram comercializáveis, mas mudou de ideia quando começou a contatar fornecedores no Brasil. No início, os dois trabalhavam dia e noite em uma pequena startup que funcionava na casa onde moravam, em Sydney.

Enquanto ela cuidava da escolha dos produtos e dos fornecedores, Jason ficou responsável pela administração do negócio. “Acho que essa combinação é realmente o ingrediente secreto do nosso negócio”, contou Ana.

Gradualmente, a empresa cresceu: a demanda por linhas de produtos específicos aumentou graças ao volume de brasileiros em busca dos gostos e temperos da terra-natal. Segundo Vinícius Barreto, CEO da Australian Centre, uma das maiores agências de intercâmbio para a Austrália operando no Brasil, houve um aumento de 30% no número de estudantes brasileiros procurando instituições de ensino na ilha oceânica entre 2015 e 2016. Em média, a cada ano, a taxa de viagens aumenta em 20%.

“Os quatro, cinco primeiros anos foram constantes frios na barriga, porque tinha um volume esmagador de coisas para fazer constantemente, mas, agora, com mais de 10 anos de funcionamento, as coisas se estabilizaram”, afirmou Ana.

Hoje, a Brazilian Style se expandiu para outros tipos de produtos, como feijão, vinhos, chás e molhos. Eles chegam de navio à Oceania e são estocados por, no máximo, quatro meses. O tempo de viagem entre os dois lugares chega a ser de dois meses. “É uma movimentação constante”, revelou Jason.

Apesar dos desafios, o negócio prospera: nesse ano, o casal espera avançar um pouco mais e começar a produzir a famosa caipirinha na Austrália.

Austrália na rota internacional

O número de estudantes estrangeiros na Austrália cresceu 15% nos primeiros três meses de 2017 em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados das autoridades locais. Cerca de 480 mil estudantes do exterior estavam matriculados em instituições do país em março, sendo que 280 mil deles eram graduandos. Os números são do Ministério da Educação (Department of Education and Training) local.

Em geral, 30% dos estudantes internacionais são provenientes da China, 11% da Índia, enquanto Malásia, Vietnã e Nepal contam com 4% do total, gerando A$ 22 bilhões (R$ 55 bi) em renda para a economia australiana. O crescimento foi maior entre os chineses, cujo número foi de 20 mil para 140 mil entre março de 2016 e o mesmo mês de 2017.

Uma pesquisa feita pelo professor Eduardo Picanço Cruz, da Universidade Federal Fluminense (UFF), baseada em estatísticas do censo australiano de 2011, mostra que, entre os imigrantes que já possuem diplomas universitários, os brasileiros estão à frente em relação ao volume de imigrantes total na Austrália.

Se MBAs, mestrados e doutorados são incluídos, o Brasil possui o quarto grupo imigrante mais qualificado do país, atrás apenas de Bangladesh, Índia e Nepal – países asiáticos relativamente mais próximos geograficamente.

“Estudos recentes mostram que os imigrantes brasileiros preocupados com seus níveis educacionais têm crescido ano a ano. Os resultados da população estudada mostram que 82,6% daqueles que foram a Austrália possuíam um bacharelado ou estavam cursando um nível terciário, incluindo MBAs, mestrados ou doutorados”, finalizou.

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