
A produção literária no Estado ganha um reforço substancial com as iniciativas da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL). Esta, em síntese, é a avaliação de antigas e novas gerações de escritores que participaram do Concurso de Contos Ulysses Serra, cujos vencedores foram premiados na noite de quinta-feira passada, 25. A premiação dos 10 melhores foi prestigiada por familiares, amigos, autores e acadêmicos da instituição.
Coube ao professor e acadêmico da ASL, Pedro Chaves dos Santos Filho, fazer a apresentação da solenidade. Na composição da mesa, os imortais Samuel Medeiros, Lucilene Machado, Maria Adélia Menegazzo e Lenilde Ramos fizeram as leituras dos contos classificados em 1º, 2º e 3º lugares. O vencedor, que escreveu o conto “Jornadas”, Karl Frederick Alecksander Phillip de Figueiredo Rocha, 40, recebeu o prêmio de R$ 3.000,00.
Fomento – Campo-grandense, formado em Letras na UFMS (Universidade Federal) e revisor de textos no MPMS (Ministério Público Estadual), Rocha disse que o concurso traz um fomento singular por ter chancela da Academia, uma referência da cultura literária local. “Muitas pessoas têm o talento e a vocação para escrever, mas às vezes precisam de um impulso, um estímulo, e esta iniciativa é providencial”, disse. Rocha já participou de três certames do gênero, mas ainda não escreveu seu primeiro livro.
Thaís Gomes de Miranda dos Santos, autora de “A Farpa Entre os Dentes” e segunda colocada, foi premiada com R$ 2.000,00. Pedagoga, campo-grandense, 33 anos, ela adora escrever e incentivar as pessoas à leitura e à arte dos textos. Ela destaca o alcance de projetos que fazem a descoberta, a divulgação e o reconhecimento de talentos, como a ASL vem realizando.
Sobre seu conto, Thaís explica que procurou ouvir a infância e quis trazer à tona o que ouviu, “porque há muitas histórias na tradição oral que não são necessariamente publicadas no material impresso”. E ela endossa a definição de Karl Rocha, o vencedor, considerando o concurso como um fomento eficaz para a produção cultural. Thaís ainda não tem o próprio livro autoral, mas está seguindo por esta estrada.
Por sua vez, o terceiro premiado – recebeu R$ 1.000,00 pelo conto “Cabeça Molhada” – é um dos celebrados autores dentro e fora de Mato Grosso do Sul. Romancista, historiador, contista e poeta, formado em Letras e Comunicação Social, é autor de livros de grande sucesso como “A Bruxa da Sapolândia” e “O Santo de Cicatriz”. Para ele, sempre que a Academia propõe esse tipo de concurso “ela dá um grande incentivo à cultura do Estado”.
Ao falar sobre seu conto, admite ter trafegado entre a realidade e o lúdico, propondo imaginários questionadores do cotidiano das pessoas. “Eu tenho fortes inspirações, uma delas, talvez a mais significativa, do Gabriel Garcia Marques. Então, sempre eu coloco alguma coisa a mais, sempre tem uma coisa extra, é sobrenatural”.
O professor Pedro Chaves e os membros da mesa destacaram o alto nível dos textos que concorreram e reafirmaram o compromisso da ASL com a massificação da cultura literária e o estímulo à produção de obras que geralmente só dependem de um espaço ou de um incentivo. O concurso tem o apoio da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc) e da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.



















