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Vacina e a imunização da Covid-19, um caso de saúde coletiva

  • Por José Santana Júnior

Desde o mês de março de 2020, estamos no aguardo da tão esperada vacina contra o coronavírus (Covid-19). Normalmente, o desenvolvimento de uma vacina requer anos de pesquisas, no entanto, dessa vez, há esperanças de termos resultados em um prazo mais breve do que o esperado, pois pesquisadores do mundo todo estão em busca da mesma solução: imunidade contra a pandemia que assola o mundo.

O advogado José Santana Júnior – Divulgação

No momento, ainda não há no mercado uma vacina, de fato, considerada efetiva. Mundialmente, temos diversos estudos científicos em desenvolvimento. Alguns em um processo mais adiantado. No Brasil, dois têm destaque: o produzido pela Universidade de Oxford com associação à indústria farmacêutica britânica AstraZeneca e a elaborada pela empresa chinesa Sinovac. Ambas estão no período de testagem e, caso tenham resultados promissores, haverá reprodução no Brasil. A vacina chinesa será produzida pelo Instituto Butantã, no estado de São Paulo.

Dada a situação crítica a qual o mundo se encontra, em decorrência da complexidade da doença de massa causada pela pandemia, algumas vacinas estão sendo comercializadas antes mesmo de serem comprovadas sua verdadeira segurança e eficácia ao ser aplicada no organismo humano. Esse acontecimento é bastante problemático, uma vez que não há comprovação de se tratar de fato de uma vacina boa, não havendo garantia alguma de que essas são capazes de fornecer uma imunidade a longo prazo, protegendo a pessoa durante toda vida. Além do mais, o uso de vacinas não devidamente aprovadas pode acarretar riscos sérios, podendo até mesmo, em certos casos, agravar a chance de ocorrência de formas mais graves da doença em pessoas.

Outrossim, é visível que além da concepção humanitária, a corrida pela vacina eficaz também gira em torno de interesses empresariais, já que o país e empresa líder no processo receberão prestígios mundiais. Entretanto, devemos ter muita cautela de modo que não se perca o entendimento de saúde coletiva, pois uma vacina de fato eficiente gira em torno de aspectos econômicos e financeiros, devendo haver um balanço positivo entre custo e benefício, de uma forma que os países mais pobres também consigam ter acesso.

Em suma, saúde não é mercadoria, não devendo, portanto, ser colocado o enfrentamento da pandemia em patamar diverso do real. A imunização em relação ao Covid-19 deverá somente ser atenta aos limites sociais e biológicos, não podendo jamais ser usada como meio de promoção de governos, devendo ser mantida a transparência e respeito à dignidade da pessoa humana, com planejamentos democráticos, aliados às ciências sociais.

  • José Santana Júnior é advogado especialista em Direito de Saúde e Empresarial e sócio do escritório Mariano Santana Sociedade de Advogados

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