
A VIII Jornada Acadêmica de Gastronomia da UNIGRAN destacou a carne como elemento central da gastronomia regional e nacional. Com o tema ‘Terra da Carne: Cultura e Inovação no Churrasco’, o evento reuniu acadêmicos, chefs e profissionais do setor em uma programação que uniu técnica, tradição e sustentabilidade, reafirmando o papel do Mato Grosso do Sul como referência na produção e valorização da proteína bovina.
Em um estado conhecido pela excelência de sua pecuária e pela força cultural do churrasco, a UNIGRAN promoveu uma edição da Jornada Acadêmica de Gastronomia voltada a reconhecer a carne não apenas como ingrediente, mas como patrimônio representativo e condutor de desenvolvimento regional.
Segundo a coordenadora do curso de Gastronomia, professora Caroline Marchioretto, o tema nasceu da necessidade de aliar conhecimento técnico e valorização cultural. “A carne é um pilar da gastronomia e um símbolo da nossa identidade sul-mato-grossense. Ela exige domínio de cortes, pontos de cocção e uso consciente, mas também representa história, tradição e inovação. Essa edição foi pensada para aprofundar o olhar crítico sobre a proteína, unindo técnica, criatividade e sustentabilidade. As atividades mostraram como é possível respeitar o repertório cultural da carne, ao mesmo tempo em que se experimentam novas texturas, sabores e processos”, explica.
Durante três dias de evento, os participantes vivenciaram palestras, aulas-show e oficinas com profissionais renomados, entre eles Eduardo Fornari, André Queiroz Leite, Elciane Postaue e o time da Carniceria Bastião, que trouxeram reflexões sobre a cadeia produtiva da carne, os desafios da gastronomia moderna e a importância de equilibrar origem e inovação. “Reunimos ex-alunos e profissionais atuantes no mercado, o que amplia o repertório dos acadêmicos e os conecta às demandas reais da profissão”, complementa Marchioretto.
O encerramento foi marcado pelo Concurso Gastronômico ‘Gran Chef UNIGRAN’, que testou a técnica, a criatividade e a capacidade de execução dos acadêmicos. Avaliados por um júri composto por representantes da Instituição e profissionais convidados, os pratos foram analisados segundo critérios de originalidade, pertinência ao tema, execução e apresentação.
O destaque do concurso foi o prato ‘Raízes e Sabores’, criado pelos acadêmicos Ana Lúcia Pietramale Ebling e Airton Benício, do 4º semestre, que conquistou o primeiro lugar ao unir tradição rural e influência oriental. “Escolhemos a panceta suína por representar minhas lembranças da fazenda, somadas a um toque oriental em homenagem à Colônia Japonesa. O nome do prato simboliza essa fusão entre memória e inovação”, contou Ana Lúcia.
Aos 65 anos, Ana Lúcia celebra não apenas a conquista, mas o significado do aprendizado. “Fazer Gastronomia era um sonho antigo. Participar e vencer o concurso foi uma realização pessoal e acadêmica. Aprendi que cozinhar é mais do que seguir receitas: é aplicar técnica, compreender cultura e colocar emoção em cada preparo. O sucesso só foi possível graças ao meu colega Airton Benício, pois a sintonia, respeito e conhecimentos somados, deu a nós o primeiro lugar”, afirmou.
O segundo lugar ficou com Rafael Medice Barbosa e Juliana Espíndola da Rocha, também do 4º semestre, que apresentaram um clássico: ‘Bife Wellington’. Para Rafael, a escolha do prato foi estratégica: “Queríamos algo clássico, com um nível de dificuldade maior, mas que colocasse em prática tudo o que aprendemos no curso. Além disso, sabíamos que o sabor e a técnica seriam valorizados pelos jurados”.
Sobre o aprendizado, Rafael destacou a importância da precisão e da técnica: “Aprendemos a controlar o tempo, calcular porções, selar bem a carne e manipular corretamente a massa folhada. Essa experiência mostrou o quanto criatividade e técnica caminham juntas na gastronomia”. Ele fez questão de reconhecer o trabalho em equipe: “Nada disso seria possível sem a minha dupla, Juliana Espíndola. Trabalhamos em sintonia total do início ao fim”.
O terceiro lugar no concurso foi conquistado pelos acadêmicos Paulo e Leandro, do 2º semestre, com o prato ‘Carne Meia Cura’.
Para a coordenadora, as experiências dos acadêmicos expressam a essência do curso. “A Jornada é um espaço de formação integral. Une teoria, prática e vivência cultural, fortalecendo o vínculo entre universidade e sociedade. Nossos estudantes aprendem que cozinhar é também preservar tradições, representar identidades e projetar a gastronomia do Mato Grosso do Sul para o país”, enfatizou.
Ao promover experiências que vão do campo à mesa, a UNIGRAN inclui a Jornada Acadêmica de Gastronomia como um dos principais eventos acadêmicos da área no estado e demonstra seu compromisso com a inovação, a valorização cultural e a excelência na formação de profissionais que traduzem, na cozinha, a arte de elaborar pratos de excelência.



















