Umidade dos grãos retarda colheita do milho, que alcança 66,8% em MS

Mesmo com avanço, a colheita segue bem atrasada em relação à safra passada – Foto: arquivo da Aprosoja/MS

O levantamento da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), por meio do Projeto SIGA-MS, aponta que até 15 de agosto a colheita da segunda safra de milho 2024/2025 alcançou 66,8% da área cultivada no Estado. O índice representa aproximadamente 1,4 milhão de hectares já colhidos.

Entre as regiões, o sul registra o maior avanço, com 70,4% da área colhida. O norte aparece com 60,3% e o centro com 58,1%. Apesar da evolução dos trabalhos, os números mostram um atraso significativo em comparação à safra anterior. No mesmo período de 2023/2024, a colheita estava 24,2 pontos percentuais à frente.

Segundo o assessor técnico da Aprosoja/MS, Flavio Aguena, o principal fator que tem dificultado a operação é a alta umidade dos grãos. Ele explica que, em diversas áreas, os produtores precisam aguardar condições mais favoráveis para o uso das máquinas, o que acaba retardando a colheita.

No aspecto econômico, os preços médios levantados entre 11 e 15 de agosto mostram a saca de soja disponível cotada a R$ 122,71 e a saca de milho a R$ 49,24 em Mato Grosso do Sul. Esses valores refletem o comportamento do mercado neste período de colheita.

De acordo com o analista de Economia da Aprosoja/MS, Mateus Fernandes, o segundo semestre tende a ser um momento de valorização da soja. Isso ocorre porque boa parte da produção brasileira já foi comercializada, favorecendo os produtores que conseguem armazenar a produção para vender mais tarde.

A expectativa é de que os preços da oleaginosa tenham melhora até novembro. No mercado futuro, a cotação média da soja para novembro de 2025 está em R$ 131,90/saca. Já o milho aparece a R$ 50,68/saca, com pouca variação projetada devido à ampla oferta global e ao destino majoritário da produção sul-mato-grossense, voltado ao etanol e à ração animal.

Apesar da boa safra mundial de milho, a demanda interna tem balizado os preços no Estado. A utilização do grão no processamento para etanol e na nutrição animal garante estabilidade de mercado, mesmo sem grandes oscilações no cenário internacional.

A previsão do tempo para os próximos dias indica sol com períodos de nebulosidade, além da possibilidade de chuvas isoladas. Em algumas regiões, podem ocorrer tempestades acompanhadas de raios e rajadas de vento, fatores que também podem interferir no ritmo da colheita.

Mais informações sobre as lavouras de milho, clima e mercado de grãos podem ser obtidas aqui.

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