A Ucrânia completa quatro anos de guerra total contra a Rússia nesta segunda-feira (24), enfrentando desafios cada vez maiores no campo de batalha e incertezas quanto ao futuro de seu apoio internacional. O principal aliado do país, os Estados Unidos, vive um momento de divisão política, colocando em dúvida a continuidade da assistência militar e financeira fundamental para a resistência ucraniana.

O ex-presidente americano Donald Trump, possível candidato à Casa Branca, recentemente chamou o presidente Volodymyr Zelensky de “ditador” impopular e sugeriu que Kiev deveria buscar um acordo de paz rapidamente para evitar a destruição total. Zelensky rebateu, acusando Trump de estar preso a uma “bolha de desinformação”, enquanto diplomatas americanos surpreenderam ao iniciar negociações diretas com Moscou na Arábia Saudita, sem a participação da Ucrânia ou da Europa.

Washington reforçou que não enviará tropas para garantir a segurança de Kiev, caso um acordo de paz seja alcançado. Essa posição transfere a responsabilidade para os países europeus, que, sem o respaldo americano, podem ter dificuldades em fornecer suporte militar e financeiro sustentável à Ucrânia.

Diante dessa situação, Zelensky intensificou sua diplomacia internacional, mantendo contato constante com líderes europeus e defendendo que a União Europeia crie um exército próprio. No fim de semana, o presidente ucraniano conversou com diversas autoridades para alinhar estratégias e assegurar o compromisso do Ocidente com a defesa do país.

A data foi marcada por mensagens de apoio de aliados, como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e líderes de países como Canadá, Finlândia, Dinamarca, Noruega e Suécia. Todos viajaram para Kiev, reforçando sua solidariedade à Ucrânia no momento em que o conflito se estende sem perspectivas concretas de solução.

O impacto humano da guerra continua devastador. Estimativas indicam que centenas de milhares de soldados e civis já foram mortos ou feridos, e milhões de ucranianos vivem como refugiados no exterior. O cotidiano do país é marcado por sirenes de ataque aéreo, funerais militares frequentes e a constante ameaça de novos bombardeios.

Na noite anterior ao aniversário do conflito, a Rússia lançou 185 drones contra a Ucrânia, mas, segundo a força aérea ucraniana, os ataques não causaram danos significativos. Em contrapartida, um ataque ucraniano atingiu a refinaria de petróleo russa de Ryazan, resultando em explosões e aumentando as tensões no front.

Apesar da bravura das tropas ucranianas, a falta de equipamentos e a superioridade numérica do exército russo geram preocupação. A incerteza sobre o apoio militar dos EUA é um fator crítico para a resistência de Kiev, já que os aliados europeus podem não ter capacidade suficiente para suprir a lacuna deixada por Washington.

Pavlo Klimkin, ex-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, afirmou que Zelensky precisa equilibrar sua relação com os EUA, estreitar laços com a Europa e buscar novos parceiros estratégicos, como China e Índia. Segundo ele, a relação com Washington ainda não atingiu um ponto de ruptura, apesar das declarações de Trump.

Nos bastidores, um possível acordo entre Ucrânia e EUA tem sido debatido, envolvendo a exploração dos recursos minerais ucranianos em troca de apoio americano. Contudo, Zelensky rejeitou um rascunho inicial do acordo, alegando que ele não atendia aos interesses do país nem oferecia garantias de segurança concretas. Enquanto isso, o conflito segue sem perspectiva de cessar-fogo imediato, consolidando-se como o maior confronto armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. (Com CNN Brasil)

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