O epicentro foi registrado próximo à cidade de Jalalabad, capital da província de Nangarhar

Um forte terremoto de magnitude 6.0 na escala Richter atingiu o leste do Afeganistão na noite de domingo (31), provocando a morte de mais de 800 pessoas e deixando ao menos 2,7 mil feridos. O epicentro foi registrado próximo à cidade de Jalalabad, capital da província de Nangarhar, a apenas nove quilômetros de profundidade — o que caracteriza um terremoto raso e, portanto, com maior potencial destrutivo. O evento foi seguido por pelo menos cinco réplicas.

De acordo com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Itália (INGV), a baixa profundidade do abalo amplificou seus impactos nas áreas povoadas da região. As províncias mais atingidas foram Kunar e Nangarhar, que enfrentam dificuldades adicionais por sua localização montanhosa e de difícil acesso.

O governo talibã confirmou, por meio de seu porta-voz Zabihullah Mujahid, que pelo menos 800 mortes e 2,5 mil feridos ocorreram em Kunar. Já Nangarhar registrou 12 mortos e 255 feridos. As autoridades locais alertam que o número de vítimas ainda pode aumentar nas próximas horas, à medida que os trabalhos de resgate avançam.

Em Asadabad, capital de Kunar, o diretor do hospital regional relatou que, durante a madrugada, a unidade recebeu um novo ferido a cada cinco minutos, o que colapsou parte da capacidade de atendimento da instituição de saúde. A situação humanitária é considerada grave.

O Talibã fez um apelo público à comunidade internacional, solicitando ajuda das agências humanitárias para intensificar as ações de resgate e socorro às vítimas. Muitos dos vilarejos atingidos estão isolados, o que dificulta o envio de equipes e suprimentos de emergência.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, declarou que a ONU já está mobilizada no país e que “não poupará esforços” para ajudar os afetados pelo desastre. A União Europeia também expressou solidariedade e afirmou estar pronta para prestar apoio ao Afeganistão.

Com uma população de mais de 40 milhões de habitantes, o Afeganistão está situado sobre uma das zonas tectônicas mais ativas do mundo, especialmente na cordilheira do Hindu Kush, onde as placas indiana e euroasiática se encontram. Tremores intensos são frequentes na região, e a infraestrutura precária contribui para o alto número de vítimas em eventos sísmicos.

O histórico recente reforça essa vulnerabilidade: em outubro de 2023, um terremoto de magnitude 6.3 resultou na morte de pelo menos 4 mil pessoas, segundo o Talibã — ou cerca de 1,5 mil, de acordo com estimativas da ONU. A tragédia atual reacende o debate sobre a urgência de medidas estruturais e de resposta rápida em áreas de risco.

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