
O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão do uso de tornozeleiras eletrônicas para os desembargadores Sideni Soncini Pimentel, Vladimir Abreu da Silva, Marcos José de Brito Rodrigues e Alexandre Bastos. Eles estão sendo investigados por suposta participação em um esquema de venda de sentenças judiciais em Mato Grosso do Sul. A decisão inclui a entrega dos passaportes dos magistrados à Polícia Federal como medida cautelar. As informações são do G1.
A suspensão ocorre após Zanin revogar a tornozeleira do desembargador Sérgio Fernandes Martins, outro investigado no âmbito da operação “Ultima Ratio”. Sérgio, que havia sido afastado de suas funções em outubro, retornou recentemente à presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), no início deste mês, após decisão judicial favorável.
A operação “Ultima Ratio” foi deflagrada em outubro e investiga crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e organização criminosa. A ação incluiu mandados de busca e apreensão em várias cidades, incluindo Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá. Desde então, os desembargadores investigados permanecem afastados de seus cargos e proibidos de acessar dependências públicas ou se comunicar com outros investigados.
A investigação, inicialmente conduzida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi transferida para o STF em 26 de outubro, ficando sob a relatoria do ministro Cristiano Zanin. A mudança envolveu a remessa de todo o material apreendido, como celulares, computadores e documentos, ao STF, que coordena o andamento das investigações em segredo de justiça.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul informaram que não irão se manifestar sobre o caso. Tanto o STF quanto o STJ também mantêm sigilo sobre os detalhes do processo, enquanto as investigações seguem em andamento.