Sistema Diamantino: Pastagem renovada com lucro para o pecuarista

Embrapa e Latina Seeds lançam Sistema Diamantino e enfatizam o caráter sustentável, destacando a viabilidade econômica da nova tecnologia

O produtor Heder Simões da Silva em área renovada com o Sistema Diamantino: “Minha produtividade quase dobrou” – Foto: Ariosto Mesquita

Após quatro anos de planejamento, desenvolvimento e validação científica em campo, a Embrapa e a Latina Seeds lançaram, no dia 12 de novembro, uma nova tecnologia destinada à pecuária brasileira e global. O Sistema Diamantino possibilita a recuperação de pastos degradados para torná-los produtivos, permitindo a produção de silagem com retorno econômico, sem necessidade de expansão da área ou conversão para lavoura.

Além de um pasto renovado, o pecuarista conta com uma opção de restaurar a produção de forragem com custos amortizados e, ainda, obter renda adicional. A viabilidade financeira é um ponto forte, já que a renovação de pastagem normalmente exige a substituição de gramíneas.

O sistema Diamantino funciona através do plantio consorciado de forrageiras com sorgo biomassa. A colheita, realizada em um ou dois cortes, resulta em um volume considerável de silagem, que pode ser usada para alimentação animal ou comercializada, além de entregar um pasto renovado e de alta lotação. Este projeto foi validado em áreas de pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS) e em propriedades privadas no Mato Grosso do Sul, como o Sítio Cantinho do Céu, em Jateí, e o Sítio Tropical, em Vicentina, usando o Sorgão Gigante da Latina Seeds, a Braquiária Marandu e o Panicum Zuri.

Com os dados de pesquisa, foi criado um protocolo de implantação, posteriormente adotado por produtores dos biomas Amazônia e Cerrado, com o suporte técnico da Latina Seeds, abrangendo localidades em Mato Grosso, Pará, Rondônia, Maranhão, Goiás e Tocantins.

No lançamento, transmitido no canal da Embrapa no YouTube, foi apresentada a Circular Técnica 56, “Sistema Diamantino para produção de silagem e renovação de pastagem”. Este documento, assinado pelos pesquisadores da Embrapa e o diretor-executivo da Latina Seeds, detalha os resultados e valida a tecnologia, destacando o retorno econômico da renovação de pastagem no “Diamantino”. Em condições monitoradas, o sistema indicou um lucro de até R$ 10.144,86 por hectare, enquanto a renovação tradicional apresentou resultado negativo.

O diretor da Latina Seeds ressalta que, diferentemente de outros sistemas, o Diamantino é um modelo voltado exclusivamente à pecuária, sem conversão de áreas para lavoura. Ele celebra o trabalho conjunto com a Embrapa na busca de soluções para a degradação de pastagens, um problema de grande escala. Apenas 48 horas após o lançamento, já se observava o interesse crescente dos pecuaristas pela adoção do sistema, incluindo novas áreas sendo implantadas no Brasil e no Paraguai.

Chefe-geral da Embrapa ressalta parceria e lembra relato de produtor

Durante o lançamento do novo sistema, o chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Harley Nonato de Oliveira, classificou o Diamantino como “um ativo tecnológico de extrema importância” e fez questão lembrar um momento que, segundo ele, marcou bastante a trajetória de construção da ferramenta: “A história do produtor Heder Simões da Silva, do Sítio Cantinho do Céu, em Jateí, MS, mexeu profundamente com todos nós e deu a real dimensão do que é esta tecnologia”.

Oliveira se refere à transformação da realidade deste pecuarista que, em meados de 2021, se encaminhava para dar fim à sua pecuária leiteira, já que a baixa qualidade dos pastos estava inviabilizando seu negócio. A combinação de solo arenoso (12% de argila, em média), baixo conhecimento sobre cultivo e áreas com forte degradação, impedia uma produção rentável.

“Eu e minha esposa estávamos sentados debaixo do nosso pé de manga avaliando parar e vender tudo. Foi quando apareceu o ‘seu’ Gessi, da Embrapa, propondo fazer um experimento usando o Sorgão Gigante da Latina Seeds consorciado com os capins Zuri (Panicum) e Marandu (Braquiária). Foi Deus!”, disse o produtor, meses depois, emocionado.

Heder cedeu 2,4 ha para o experimento e até hoje comemora a decisão: “Nesta área, minha produtividade saiu de uma média de 7,4 litros/vaca/dia para algo na casa de 13 litros/vaca/dia. Quase dobrou. Além disso, o Diamantino me rendeu comida para alimentar a vacada nos meses secos” garante.

Este episódio, segundo o chefe-geral, é exemplo claro das possibilidades que a conjugação de esforços é capaz: “O relato do Heder mostra o que uma parceria pode fazer para mudar a vida do produtor rural, trazendo sustentabilidade ao seu modelo produtivo”.

Assista abaixo o lançamento do Sistema Diamantino:

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