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Setembro Amarelo: Câmara debate políticas de prevenção ao suicídio nesta quarta-feira

Audiência Pública na Casa de Leis terá participação de especialistas na discussão de políticas públicas preventivas – Foto: Valdenir Rodrigues/CMD

A Câmara Municipal de Dourados realiza nesta quarta-feira (15) audiência para debater de políticas públicas municipais voltadas à prevenção ao suicídio. A audiência ‘Escolha continuar! Não dê um ponto final na sua vida!’, proposta pelo vereador Juscelino Cabral (DEM), faz parte das ações da campanha Setembro Amarelo.

“É um assunto que de certo modo ainda é um tabu e vidas estão se perdendo. Precisamos de políticas públicas voltadas para esse tema. Isso eu vejo como de extrema importância. Tivemos nos últimos anos em nosso município vários óbitos em decorrência desse problema. Vamos trazer a sociedade para discutir isso junto com profissionais para propor políticas públicas que nos levem a enfrentar e que o município se prepare para poder agir nesse sentido”, destacou o vereador.

A campanha Setembro Amarelo começou em 2014, por meio da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) em parceria com o CFM (Conselho Federal de Medicina). O mês de ações acontece no âmbito nacional, com o objetivo de conscientização sobre o suicídio e foi escolhido porque no dia 10 a OMS (Organização Mundial da Saúde) comemora o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Conforme levantamento de dados da ABP, anualmente o Brasil registra em média 13 mil suicídios, sendo 96,8% relacionados a transtornos mentais como a depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Na semana passada, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) alertou em carta pública publicada em seu site oficial sobre o risco de agravamento de quadros de saúde mental em decorrência da pandemia de coronavírus, que já dura um ano e seis meses.

A agência destacou o afastamento de muitos pacientes da saúde mental de consultórios e tratamentos, ainda com a possibilidade de atendimento online.

“Depois da pandemia parece que o cenário ficou pior, é um problema grave de saúde pública. Quis propor essa audiência principalmente por situações que eu tenho visto e vivido ao meu entorno. Perto da minha casa recentemente um adolescente veio a tirar a própria vida, perdi um amigo também. Estou hoje vereador pretendo dar a minha parcela de contribuição a esse importante debate. Temos vereadores que têm se preocupado com isso, têm falado, mas chegou o momento de fazermos uma coisa mais concreta. Quebrar esse tabu e fazer algo mais propositivo”, ressaltou Juscelino.

Estudo da Fiocruz ouviu adolescentes de Dourados

Dados divulgados no dia 10 deste mês pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) revelaram o resultado de uma pesquisa sobre comportamento suicida entre adolescentes em todo o país.

Nas entrevistas em ‘profundidade’ no estudo, 18 adolescentes de Dourados e de Porto Alegre foram ouvidos. Segundo a Fiocruz, os relatos apontaram para a presença significativa de vulnerabilidades no lar. As famílias desses jovens carregam histórias de rejeições, maus-tratos físicos, problemas psiquiátricos como ansiedade e depressão, agressões verbais, violência sexual e abuso de álcool e drogas.

Além dos problemas familiares, os depoimentos incluíram também outros elementos como desentendimentos e rompimentos com namorados, bullying, pressão escolar e interação em redes sociais virtuais. Outro fator que chamou atenção é o fato de que todos os entrevistados relataram uma história de suicídio familiar ou envolvendo amigos, colegas, vizinhos e conhecidos.

Esses são os chamados ‘motivos disparadores’, que tanto em menores quanto em adultos, podem ser identificados e tratados com diagnóstico precoce, que é considerado essencial na prevenção a casos de suicídio. Por isso, há a necessidade de políticas públicas efetivas para assistência.

Ainda conforme o levantamento entre os adolescentes, foram 15.702 notificações de atendimento nos serviços de saúde do país no período de 2011 a 2014. A maioria dos casos envolveu o grupo etário de 15-19 anos (76,4%), o sexo feminino (71,6%) e pessoas brancas (58,3%). Quase 90% das ocorrências ocorreram na própria residência e o meio mais utilizado foi o uso de medicamentos e outras substâncias com objetivo de envenenamento ou intoxicação.

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