Semana Científica de Medicina Veterinária aborda cirurgia de coluna e Exame Neurológico

Tiago Prada ministra palestra para futuros médicos veterinários na UNIGRAN – Divulgação/Unigran

A XIII Semana Científica de Estudos em Medicina Veterinária teve como tema central neste ano as ‘Urgências E Emergências Nas Áreas De Atuação Do Médico Veterinário’. O evento visa a difusão de conhecimentos, discussão de temáticas relevantes para o progresso da área e o desenvolvimento econômico no Mato Grosso do Sul.

Um dos convidados para ministrar palestra e minicurso foi o médico veterinário Tiago Carmagnani Prada, doutorando do Programa de Cirurgia Veterinária da FCAV-Unesp Jaboticabal. Prada lecionou um minicurso sobre cirurgia em coluna que, além da explicação teórica, contou com prática demonstrativa sobre os tipos de cirurgia em coluna, diferentes traumas e complicações em pequenos animais, como cães e gatos.

Em termos tecnológicos, o palestrante afirma que tanto no mundo, quando no Brasil, está em um nível elevado, comparado com a medicina humana – que é base de comparação da veterinária. “Hoje conseguimos fazer os procedimentos muito semelhantes aos realizados na medicina humana, tratar os problemas que se assemelham, os equipamentos, os métodos de diagnóstico são muito próximos, um avanço muito grande”, menciona.

A principal diferença e maior dificuldade, conforme Tiago é com relação ao tamanho do paciente. “O porte dos animais é muito menor que do paciente humano e, geralmente, é o mesmo tipo de material que tem disponível. A maior limitação é adaptar esse material para usar em um bicho de um ou dois quilos, por exemplo, que usaria em uma pessoa adulta. Exige uma delicadeza maior. O aluno que quer atuar nesta área precisa ter muito treinamento manual, além de conhecimento teórico, uma mão muito firme e muita prática”, avalia.

Tiago Carmagnani Prada também trouxe para o evento o tema ‘Abordagem do Exame Neurológico na Emergência’ durante uma palestra para os estudantes. O exame neurológico, que antecede a cirurgia, é o momento em que se define qual procedimento será mais adequado para cada paciente, no qual se obtém o diagnóstico preciso, para que o tratamento seja feito da maneira correta.

“Sem o diagnóstico, a cirurgia acaba perdendo o sentido, porque não se sabe o que fazer e em qual parte da coluna mexer. A coluna tem uma extensão muito grande e a lesão está em um ponto específico geralmente e, com o diagnóstico, conseguimos chegar muito próximo ou no ponto exato”, afirma Prada.

Um animal, que acabou de sofrer um trauma, um acidente, é normal que fique agitado e agressivo. Diferente do ser humano, não consegue “falar” onde está sua dor. Com relação ao exame físico, o médico veterinário garante que é um dos grandes desafios da profissão. “É muito difícil. Acabamos comparando a veterinária com a pediatria humana, pois é aquele paciente que precisa ir palpando para ver onde ele sente dor. E, pensando em exame neurológico, não é ideal aplicar anestesia, o animal precisa estar acordado, pois pode haver alterações, mas às vezes isso não é possível”, ressalta.

Para os primeiros socorros, Tiago Prada dá a seguinte dica: “sempre que um animal sofrer um trauma, o ideal é o proprietário pegá-lo no colo, não deixá-lo andar e levá-lo direto para o veterinário com o mínimo de movimentação possível. Porque o nosso maior problema é esse, às vezes a lesão não foi tão grave na hora do atropelamento, por exemplo, mas ela acaba agravando com esse transporte do paciente”.

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