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Professores e acadêmicos da UFGD retomam prática de projetos de extensão no Assentamento Itamarati

Sistema de aquaponia instalado no Assentamento Itamarati, por meio de projeto de extensão da UFGD – Divulgação

A necessidade de isolamento social nascida da pandemia de covid-19, assim como em outros setores da sociedade, impactou diversas rotinas na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Aos poucos, no entanto, a maioria delas vem se adaptando aos novos moldes de convivência social baseados nas orientações das autoridades sanitárias.

Um exemplo são as ações de extensão universitária que, por essência, são realizadas fora dos muros da universidade e em contato direto com a comunidade. Tais características infelizmente impossibilitaram sua plena continuidade desde que foi decretada emergência mundial em saúde.

Portanto, visando o papel da UFGD no desenvolvimento das comunidades atendidas e, com todos os cuidados necessários, projetos de pesquisa e extensão vêm voltando com suas práticas in loco, como é o caso das iniciativas “Diversificação agrícola para agricultura familiar: consorciação de feijão-caupi e forragem em segunda safra (ODS 2, 11)” e “Unidades demonstrativas de produção de peixes”, que compõem o programa Centro de Desenvolvimento Rural: Rede de soluções sustentáveis do Itamarati.

Por meio de visita inicial das professoras Mariana Zampar Toledo e Daniele Menezes Albuquerque, ambas da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA) da UFGD, na última semana, as ações estão retornando às práticas junto aos produtores do Assentamento Itamarati, em Ponta Porã.

Junto a dois acadêmicos de graduação, as docentes se reuniram com produtores familiares para juntos reorganizarem a volta das visitas periódicas dos estudantes e, assim, dar andamento às atividades que já vinham sendo desenvolvidas e implementar novas práticas.

Ânimo pelo retorno
O projeto das “Unidades demonstrativas de produção de peixes em tanques-rede” é uma ação inédita no assentamento e, além de configurar um novo sistema de produção para os assentados, servirá como oportunidade de aprendizado para os alunos da FCA, com ênfase aos discentes de Engenharia de Aquicultura. “Durante a trajetória dos cursos, que não possuem infraestrutura direcionada a esse sistema na unidade acadêmica, os alunos poderão desenvolver, na prática, atividades associadas à extensão”, explica a professora Daniele Menezes Albuquerque.

A ação é condicionada a uma disciplina, chamada Práticas na Aquicultura, pela qual cerca de 20 estudantes irão todas as quartas-feiras ao Itamarati, sendo que cada um ficará a cargo de assessorar um produtor.

A docente esclarece ainda que, atualmente, o grupo de produtores está dividido por sistema de produção como, por exemplo, os que atuam com produção de tanques-rede, com aquaponia, com viveiros escavados, entre outros sistemas.

A acadêmica Laiane Alves da Silva Palacio, do quarto semestre da graduação em Engenharia de Aquicultura, afirma que se sente grata e realizada pelas trocas com a comunidade do assentamento. “O projeto enfatiza o enriquecimento da atividade extensionista, pois, por meio dele, o acadêmico auxilia os residentes de Nova Itamarati na capacitação e na produção aquícola. E é um processo longitudinal, ou seja, além da capacitação e da produção, ocorre uma assessoria contínua aos produtores rurais, o que configura um cenário favorável para a formação completa de um engenheiro aquicultor”, diz.

À frente do projeto “Diversificação agrícola para agricultura familiar: consorciação de feijão-caupi e forragem em segunda safra (ODS 2, 11)”, a docente Mariana Zampar Toledo relata que o projeto de instalação de uma vitrine, como forma de demonstrar essa tecnologia aos assentados, beneficiará tanto a comunidade local quanto os alunos, que participarão do planejamento, da instalação e do acompanhamento da lavoura.

“A agregação de valor ao sistema de produção de grãos é um desafio e sua diversificação desempenha um importante papel na geração de renda do agricultor familiar. A cultura do feijão-caupi (também conhecido, entre outros nomes, por feijão-de-corda) apresenta grande potencial de adequação às pequenas propriedades e pode ser consorciada com o capim para formação de pasto de qualidade na entressafra, trazendo benefícios ao produtor de leite e a possibilidade da colheita dos grãos”, enfatiza a professora.

O produtor Luiz Antônio Dias Monteiro, residente no Assentamento Itamarati, é um dos assentados envolvidos nos diversos projetos de pesquisa e extensão da UFGD no local. Integrante de um dos grupos de sistema de produção aquícola, diz estar empolgado para o retorno das atividades com a presença de docentes e estudantes. “Estamos animados pelo avanço das atividades da Universidade no assentamento. Já temos a intenção de comercializar o peixe produzido para o próprio município de Ponta Porã, que distribui cestas básicas aos alunos da rede municipal de ensino”, comenta.

Centro de Desenvolvimento Rural do Itamarati 
Iniciado em 2018 via convênio entre a Prefeitura Municipal de Ponta Porã – cidade onde se localiza o Assentamento Itamarati – e a UFGD, por meio da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão da UFGD (FUNAEPE), o programa Centro de Desenvolvimento Rural formalizou e possibilitou a ampliação de projetos de pesquisa e extensão que já vinham sendo realizados por professores da Instituição no maior assentamento da América Latina.

Encerrado em 2020 e paralisado em partes por conta da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, o programa deve ter seu convênio renovado em breve: na próxima semana, um grupo de servidores da UFGD retorna ao município para dialogar com a administração local sobre a renovação oficial da parceria.

Coordenado pela professora Juliana Rosa Carrijo Mauad, da FCA, o programa teve como eixo central o acolhimento aos objetivos de desenvolvimento sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e ao Plano de Desenvolvimento do Assentamento (PDA) Itamarati, de forma que fossem reconhecidas as dimensões locais e regionais e que houvesse interconexão entre as ações e as políticas públicas.

Criado em 2002 e localizado na faixa de fronteira do arco central com o Paraguai, o assentamento tem aproximadamente 50 mil hectares e abriga cerca de 16 mil pessoas. Nos dois anos de convênio, a UFGD, representada pelos cursos de graduação em Engenharia de Aquicultura, Agronomia, Biologia, Zootecnia, Ciências Econômicas, Administração, Nutrição, Medicina, entre outros, por programas de pós-graduação (PPGs), como o PPG em Agronegócios, e pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura, contribuiu para: capacitação de recursos humanos em diferentes áreas temáticas; desenvolvimento de pesquisas direcionadas às demandas locais; elaboração de projetos aquícolas; orientação técnica; efetivação de um cursinho pré-vestibular e ações voltadas à saúde.

Ainda agregou a colaboração do Programa de Educação Tutorial (PET) de Agronomia, das Ligas Acadêmicas e do Núcleo de Práticas Extensionistas (NPE), que englobam diferentes iniciativas. No total, 14 projetos de extensão, dois projetos de ensino e dois projetos de pesquisa foram desenvolvidos. Em 2020, muitas ações foram iniciadas, mas, infelizmente, devido à pandemia de covid-19, algumas foram interrompidas, outras adiadas e algumas continuaram remotamente.

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