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Professor da UFGD recebe prêmio da CAPES por tese sobre Desenvolvimento Econômico Regional 

Adriano Renzi foi premiado por melhor tese do Brasil na categoria Planejamento Urbano e Regional/Demografia – Divulgação

A pesquisa “A ruralidade e o desenvolvimento econômico local: o caso dos municípios brasileiros”, de autoria do docente Adriano Renzi, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), e orientada por Carlos Alberto Piacenti, ganhou o Prêmio CAPES de Tese 2021 na categoria Planejamento Urbano e Regional/Demografia, que teve resultado divulgado na última semana a todo o Brasil.

O estudo foi desenvolvido durante o doutorado de Adriano pelo Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (PGDRA) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Campus de Toledo, e apresenta novos indicadores de desenvolvimento econômico, associados a aspectos da ruralidade e da governança municipal. São eles o Índice de Desenvolvimento Econômico da Ruralidade (IDER) e o Índice de Desenvolvimento Econômico Local (IDEL).

O professor, que integra o quadro da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia (FACE/UFGD), explica que chegou ao tema do doutorado pelas preocupações com relação à composição das variáveis presentes nos índices tradicionais, em detalhe, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) e o Índice FIRJAN de Desenvolvimento dos Municípios (IFDM-G) – este último, consiste em estudo do Sistema FIRJAN que acompanha anualmente o desenvolvimento socioeconômico de todos os mais de 5 mil municípios brasileiros em três áreas de atuação: Emprego & renda, Educação e Saúde.

Esses indicadores – IDH-M e IFDM-G – podem, de acordo com Adriano, não representar aspectos significativos da realidade local, característica que pode gerar uma alocação de recursos públicos que não maximizará os resultados decorrentes dos investimentos públicos e privados.

“Tal fato pode gerar complicações para gestores no ato de definir onde o orçamento público será investido. Isso, porque, em geral, os gestores públicos almejam atingir um objetivo em particular, em detalhe, reduzir o hiato de desigualdades regionais em consonância com a elevação do desenvolvimento econômico local”, explica o docente.

Logo, a origem do problema de pesquisa identificada se originou do fato de que os indicadores de desenvolvimento tradicionais (IDH-M e IFDM-G) consideram apenas aspectos relacionados a renda, emprego, educação e saúde. Nas palavras do autor da tese, “no IDH-M uma das principais variáveis utilizadas é o Produto Interno Bruto (PIB) per capita (divisão das riquezas produzidas no país pelo total de habitantes). O referido índice não informa, por exemplo, se houve uma queda na desigualdade, pois ele não mede isso”.

Nessa perspectiva, Adriano argumenta que o IDH-M e o IFDM-G utilizam uma metodologia de cálculo limitada, pelas variáveis empregadas, para captar as dimensões de desenvolvimento econômico. “Como esses índices não captam essas outras características, os indicadores propostos na tese tendem a complementar os tradicionais”, vislumbra o professor.

Para ele, os índices tradicionais são indicadores importantes e ainda são considerados para elaborar políticas públicas, no entanto, não captam algumas dimensões e aspectos relevantes presentes na concepção de desenvolvimento econômico, tais como: os aspectos relacionados à ruralidade e à governança, em parte, representadas nas dimensões ambientais, sociais e demográficas. Ao observar essa lacuna, apresentou sua contribuição ao fornecer dois novos índices (IDER e IDEL), os quais apontam um maior poder de precisão e aderência para aferir as realidades regionais brasileiras.

Metodologia
Adriano explica que, para chegar aos índices propostos, levantou um conjunto de 146 variáveis que poderiam ser relevantes para compor os indicadores. Após a realização das medições de teste, listou um conjunto de 55 variáveis que se mostraram presentes em dez fatores. “Cada um desses fatores engloba variáveis com características correlacionadas. Por exemplo, o fator capital é composto por variáveis representativas do quantitativo de tratores, colheitadeiras e outros implementos agrícolas. Outro fator corresponde à produção de soja e é composto por variáveis relacionadas ao manejo do solo e aos resultados auferidos com a produção dessa cultura. Um exemplo importante, também, é o fator relacionado à governança, o qual é composto por variáveis relacionadas à gestão e ao equilíbrio orçamentário dos municípios”, enumera.

Esses e outros fatores apontados pelo professor em sua tese representam as dimensões econômica, social, demográfica e ambiental presentes no complexo fenômeno caracterizado como desenvolvimento econômico. Nessa perspectiva, o trabalho buscou identificar as variáveis presentes e representativas dessas dimensões, as quais englobam e podem explicar, em parte, as mudanças nas características dos 5.560 municípios brasileiros. “Um aspecto muito importante, que caracteriza uma alteração nos últimos 20 anos, é que a maior parte das pessoas vive na cidade, mas faz as suas atividades no campo e parte das pessoas que vive no campo faz as suas atividades rurais, mas também algumas atividades na área urbana”, explica o autor.

O docente destaca a fundamental importância do papel de seu orientador, o professor Carlos Alberto Piacenti, e dos docentes do PGDRA, e os agradece pelo carinho, pela oportunidade e pelo apoio durante o curso de doutorado na instituição. “Este prêmio é muito importante para mim, pois quando fui aceito no doutorado ainda não tinha a confiança nem o ferramental necessário para fazer pesquisa acadêmica. Concluir a tese, defendê-la, vê-la ser escolhida como representante no Prêmio Capes de Tese pelo PGDRA e, agora, premiada, são resultados que chancelam minha escolha em uma trajetória correta para me tornar um professor com habilidades para produzir pesquisa e digno de ocupar um assento no curso de Ciências Econômicas da UFGD”, conclui.

Prêmio Capes de Tese
Em sua 16ª edição, o Prêmio CAPES de Tese recebeu 1.376 trabalhos de conclusão de doutorado, defendidos no Brasil no ano passado. Os autores selecionados receberão bolsa de até um ano para estágio pós-doutoral em instituição nacional, certificado e medalha.

Seus orientadores ganharão um prêmio para participação em evento acadêmico-científico nacional, no valor de até R$ 3 mil, além de certificado que também será oferecido aos coorientadores e ao Programa de Pós-graduação no qual a tese foi defendida.

Todo o processo seletivo das teses considera a originalidade, a relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural e social do País, a qualidade e quantidade de publicações decorrentes da tese, sua metodologia, redação, estrutura e organização do texto.

A iniciativa tem a parceria da Fundação Carlos Chagas, da Comissão Fulbright e da Dimensions Sciences.

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