Produção industrial tem quinta alta seguida e recupera perdas da pandemia

Atividade industrial cresceu 2,6% em setembro, eliminou perda de 27,1%, acumulada entre março e abril, e está 0,2% acima do patamar de fevereiro

Setor que mais contribuiu para a recuperação da produção industrial foi a de veículos automotores – Divulgação/PSA

A produção da indústria nacional teve alta pelo quinto mês consecutivo e registrou crescimento de 2,6% em setembro, na comparação com agosto. Com isso, a atividade industrial se recupera da perda de 27,1%, acumulada entre março e abril, — quando havia caído ao seu nível mais baixo da série — e se encontra 0,2% acima do patamar de fevereiro, quando a pandemia ainda não havia afetado a produção industrial do país. As informações são do R7.

Os dados constam na PIM (Pesquisa Industrial Mensal), divulgada nesta quarta-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Com o resultado de setembro, em conjunto com os avanços dos quatro meses anteriores, a produção industrial superou em 0,2% o patamar pré-pandemia, em fevereiro. Passados os meses de março e abril e com a flexibilização das medidas de distanciamento social, o setor industrial foi recuperando, mês a mês, aquele patamar”, diz o gerente da pesquisa, André Macedo.

Os setores com maior destaque no crescimento da produção industrial foram as industrias de automóveis, roupas, sapatos e máquinas e equipamentos.

Em relação a setembro de 2019, a indústria cresceu 3,4%, interrompendo dez meses de resultados negativos nessa comparação. No ano, o setor acumula queda de 7,2% e, nos últimos doze meses, um recuo de 5,5%, desacelerando sua queda frente ao mês anterior (-5,7%).

Automóveis, roupas e calçados como protagonista
Entre as atividades de destaque, o setor mais relevante que contribuiu para a recuperação da produção industrial foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias, que avançou 14,1% em setembro, frente a agosto.

A indústria de automóveis acumula expansão de 1.042,6% em cinco meses consecutivos de crescimento na produção. No entanto, o setor ainda se encontra 12,8% abaixo do patamar de fevereiro, pré-pandemia.

Outras contribuições relevantes sobre o total da produção industrial foram constatadas nos setores de:

– Máquinas e Equipamentos (12,6%);
– Confecção de artigos do vestuário e acessórios (16,5%);
– Couro, artigos para viagem e calçados (17,1%);
– Produtos farmacêuticos e farmoquímicos (6,2%);
– Produtos eletrônicos e ópticos (5,9%)

Por outro lado, quatro atividades apontaram redução na atividade industrial em setembro, com destaque para indústrias extrativas, que registraram queda de 3,7%. Dessa forma, o setor interrompe três meses consecutivos de resultados positivos, que acumularam expansão de 18,2%.

“A indústria extrativa teve um recuo em setembro, mas vinha de três meses de crescimento na produção. Ou seja, ela interrompe o comportamento positivo, mas não elimina o saldo positivo dos últimos meses. Mesmo considerando a queda em setembro, essa atividade está 5,7% acima do patamar anterior à pandemia”, observa André Macedo.

Categorias econômicas em destaque
Com crescimento de 10,7% em setembro, na comparação com agosto de 2020, a categoria de bens de consumo duráveis registrou a maior taxa positiva dentre todas as grandes categorias econômicas e apontou o quinto mês consecutivo de expansão na produção.

Nesse período, a categoria acumula expansão de 520,3%, no entanto, mesmo com resultados positivos, segmento ainda se encontra 2,8% abaixo do patamar de fevereiro, pré-pandemia.

Os setores produtores de bens de capital (7,0%), de bens de consumo semi e não-duráveis (3,7%) e de bens intermediários (1,3%) também registraram crescimento nesse mês.

Assim como bens de consumo, todas essas categorias apontaram expansão pelo quinto mês consecutivo, acumulando, nesse período, ganhos de 93,2%, 30,7% e 26,9%, respectivamente.

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