Home Política

Procurador fala sobre alerta da ONU e o perigo dos agrotóxicos em Dourados

Audiência Pública está sendo construída para debater os impactos dos pesticidas na saúde pública

Elias Ishy e o grupo de apoio à audiência reunidos com o procurador – Divulgação

Um grupo de apoio à construção da Audiência Pública sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde pública esteve reunido com o procurador da república em Dourados, Marco Antônio Delfino de Almeida, na última semana, na sede do MPF (Ministério Público Federal).  A proposta do evento na Câmara Municipal é do vereador Elias Ishy (PT).

Entre os assuntos, o procurador lembrou o relatório emitido pela ONU (Organização das Nações Unidas), em que defende a criação de um tratado global para regulamentar e acabar com o uso de pesticidas na agricultura e o para incentivo a práticas agrícolas sustentáveis em prol da saúde. “Temos que fazer algo, esse é um perigo invisível”, afirma.

A pesquisa dá conta de que há cerca de 200 mil mortes por envenenamento a cada ano em todo o mundo. Quase todas as fatalidades, ou 99%, ocorrem em países em desenvolvimento, onde, segundo os pesquisadores, as leis ambientais são “fracas”. Para Almeida, é necessário construir no município uma agenda de enfrentamento a esta situação.

A ONU mostra, por exemplo, que a exposição aos pesticidas está ligada a doenças como o câncer (como demonstra também pesquisas do INCA – Instituto Nacional do Câncer), além do alzheimer e do parkinson. Entre os mais vulneráveis estão às grávidas, as crianças e as comunidades que moram próximas às plantações, como as indígenas.

O dossiê da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) cita um estudo de Pires, Caldas e Recena (2005a, 2005b), no período de 1992 a 2002, sobre as intoxicações provocadas por agrotóxicos na microrregião. “Foi observada correlação entre a prevalência de intoxicações e de tentativas de suicídio pela exposição a agrotóxicos, principalmente nas culturas de algodão e feijão. Os municípios de Dourados, Fátima do Sul e Vicentina se apresentaram como mais críticos”, relata a pesquisa.

O documento traz uma parte especial sobre as reservas em Mato Grosso do Sul, com o seguinte questionamento: “em que medida os agrotóxicos contribuem para os altos índices de suicídio entre os Guarani-Kaiowá?”, além de citar a análise, solicitada pelo MPF, da água do Rio Dourados, responsável por abastecer 50% das residências do município.

Para finalizar, eles lembraram ainda do Projeto que tenta alterar o Marco Legal dos Agrotóxicos (Lei 7.802/1989), flexibilizado por meio do PL nº 6.299/2002, que poderá levar a liberação de pesticidas. “O agrotóxico não tem um público. Todos que são consumidores de água e alimentos estão em risco, por isso temos que nos unir nessa luta”, finaliza o vereador Ishy.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UM COMENTÁRIO/RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Sair da versão mobile

Definição de Cookie

Abaixo você pode escolher quais tipos de cookies permitem neste site. Clique no botão "Salvar configurações de cookies" para aplicar sua escolha.

FuncionalNosso site usa cookies funcionais. Esses cookies são necessários para permitir que nosso site funcione.

AnalíticoNosso site usa cookies analíticos para permitir a análise de nosso site e a otimização para o propósito de otimizar a usabilidade.

Social mediaNosso site coloca cookies de mídia social para mostrar conteúdo de terceiros, como YouTube e FaceBook. Esses cookies podem rastrear seus dados pessoais.

AnúnciosNosso site pode utilizar cookies de publicidade para mostrar anúncios de terceiros com base em seus interesses. Esses cookies podem rastrear seus dados pessoais.

OutrosAlgum conteúdo publicado em nosso site pode incluir cookies de terceiros e de outros serviços de terceiros que não são analíticos, mídia social ou publicidade.