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Preconceito no olhar contra trans é exibido em curta em Veneza

Filme é dirigido pela italiana Arianna Mattioli – Reprodução/Twitter

Olhares tortos, risadas, desconfiança, medo. Essas são algumas das reações que uma pessoa trans têm de encarar na rua ao sair vestida de acordo com o gênero com o qual se identifica.

Essa experiência dolorosa e que expõe a transfobia persistente na sociedade é a condutora de um curta-metragem de oito minutos apresentado durante o último Festival de Veneza, ocorrido de 2 a 12 de setembro.

“Giorgio”, da atriz e diretora italiana Arianna Mattioli, conta um dia na vida de uma mulher transgênero, interpretada por Andrea Pittorino, em sua pequena cidade de província.

Em todos os lugares por onde passa, a protagonista é forçada a lidar com os olhares atravessados das pessoas, que, quando não a condenam explicitamente, deixam transparecer o medo de uma sociedade desacostumada com a diversidade.

“A pergunta que eu quis colocar foi: o que acontece se eu encontro um garoto belo que sai vestido de mulher?”, conta Mattioli em entrevista à ANSA. Segundo a autora, as reações interpretadas pelos atores do filme se basearam na vida real.

“Eu fiz uma experiência de verdade. Sem gravar, saí com esse ator em uma praça, e vimos como as pessoas reagiam à sua passagem”, afirma a diretora, acrescentando que os adultos olhavam com grande desconfiança, enquanto os jovens se afastavam.

No curta, a única pessoa que acolhe Giorgio é um morador de rua que remete a Jesus Cristo. O filme foi exibido no lounge da Campari, principal patrocinador do Festival de Veneza, e teve recepção positiva no público.

“Foi muito, muito bom, eu não esperava tanta repercussão. O público estava curioso”, conta Mattioli. O curta é resultado de uma parceria com o Ministério da Educação com o objetivo de sensibilizar o público sobre o bullying e a violência de gênero.

Transfobia

O curta-metragem chega no momento em que a transfobia está no centro do debate na Itália. No último fim de semana, uma jovem de 22 anos de idade, Maria Paola Gaglione, morreu ao cair da moto onde viajava com o namorado, um homem transexual chamado Ciro.

O irmão de Maria Paola, Michele Antonio Gaglione, é acusado de ter perseguido o casal em sua motocicleta e de ter causado o acidente fatal. Ciro ficou ferido e disse que a família da vítima não aceitava seu relacionamento com um homem transexual.

O Parlamento da Itália discute atualmente um projeto de lei que criminaliza a homofobia e a transfobia, mas isenta de punição as opiniões preconceituosas que não sejam instigações explícitas à violência. Ainda assim, o texto enfrenta oposição de grupos conservadores.

“A homofobia não deveria ser um problema de direita e esquerda, deveria ser um problema de civilização”, diz Mattioli, acrescentando que, hoje em dia, um “bom cristão deve acolher a diversidade”.

Da AnsaFlash

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