O Prêmio Nobel da Paz de 2024 teve como vencedora a organização japonesa Nihon Hidankyo, dedicada à luta contra as armas nucleares, conforme anunciado nesta sexta-feira (11). Jorgen Watne Frydnes, presidente do comitê, descreveu o grupo, também chamado de Hibakusha, como um movimento popular composto por sobreviventes das bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki. Essas cidades foram destruídas pelos bombardeios atômicos dos Estados Unidos em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, resultando em 50 mil a 100 mil vítimas. As informações são da AnsaFlash.
Segundo os organizadores do prêmio, o Nobel da Paz foi concedido em reconhecimento aos “esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, através de testemunhos de sobreviventes, que as armas nucleares nunca devem ser usadas novamente”. O comitê sueco destacou que a escolha serve como “um lembrete” e foi motivada “pelos conflitos em curso no mundo”, além de ocorrer “em um momento em que o uso de armas nucleares voltou a ser discutido, diante das ameaças de países como Irã, Coreia do Norte e Israel”.
O anúncio da premiação ressaltou que “os esforços da Nihon Hidankyo têm ajudado a manter o tabu sobre as bombas nucleares. No entanto, atualmente, esse tabu está ameaçado”, enfatizando a necessidade urgente de desarmamento nuclear.
Após o anúncio do prêmio, um representante da organização afirmou que o grupo “nunca imaginou ganhar” e comparou a situação em Gaza à “do Japão há 80 anos”. O novo primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, declarou que a premiação é “extremamente significativa” e ressaltou: “O fato de o Prêmio Nobel da Paz ter sido atribuído a essa organização, que há muitos anos trabalha pela abolição das armas nucleares, é de extrema importância”.
O Prêmio Nobel da Paz de 2023 foi concedido à ativista iraniana Narges Mohammadi, representante da luta pelos direitos das mulheres em seu país. O vencedor da premiação recebe US$ 1 milhão, uma medalha de ouro e um diploma.