Pesquisadores da UFGD publicam pesquisas em livro internacional

Capa do livro “Geopatrimónio – Geoconhecimento, Geoconservação e Geoturismo” – Divulgação

O Mato Grosso do Sul é conhecido internacionalmente pela beleza de suas diferentes atrações turísticas na região do Pantanal e do município de Bonito. No entanto, há outras belezas naturais do Estado com grande potencial para o turismo, em especial para o nicho do geoturismo e turismo de natureza. É o que apontam os pesquisadores Charlei Aparecido da Silva e Bruno de Souza Lima da UFGD, e a pesquisadora Patrícia Cristina Statella Martins da UEMS.

Os três pesquisadores escreveram o artigo “Turismo de natureza e geoturismo, paisagens de Mato Grosso do Sul, Brasil”, publicado no livro “Geopatrimónio – Geoconhecimento, Geoconservação e Geoturismo” editado pelo Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade do Minho, de Portugal.

No artigo, os pesquisadores apresentam nove diferentes paisagens que compõem o Mato Grosso do Sul, de acordo com o relevo, declividade, hipsometria, vegetação e hidrografia. Todas essas paisagens têm potencial para investimentos na área de turismo de natureza, sendo elas: Baixo Pantanal; Serra da Bodoquena; Serra de Maracaju; Chaco; Depressão do Miranda; Sucuriú – Aporé; Várzeas do Rio Paraná; Iguatemi; e Alto Pantanal.

Para identificar essas paisagens, além de buscar autores que já pesquisaram as características geográficas de Mato Grosso do Sul, Charlei, Bruno e Patrícia também realizaram investigações de campo, em expedições que ocorreram entre os anos de 2014 e 2017. As expedições se deram em função de pesquisas realizadas no Programa de Pós-graduação em Geografia.

“Essas expedições viabilizaram a compreensão e a caracterização dos conjuntos geológicos e geomorfológicos do território sul-mato-grossense”, relata o professor Charlei. Usando técnicas fotográficas, análises de imagens de satélite e dados secundários dos elementos estruturais da paisagem, os pesquisadores puderam classificar a estrutura da paisagem e relacioná-las com as possibilidades de exploração turística.

A conclusão da pesquisa é que a Serra do Amolar, localizada no Baixo Pantanal e a parte central da Serra de Maracaju são áreas que podem abrigar iniciativas de Geoconservação e o Turismo de Natureza. Conforme Charlei, essas áreas são de extrema importância paisagística para o Mato Grosso do Sul.

Turismo e proteção do meio ambiente
Uma característica interessante do trabalho é a abordagem sobre as diferenças entre ecoturismo, geoturismo e turismo de natureza. Esses termos são usados como sinônimo na linguagem do dia a dia, mas dentro do ambiente acadêmico há diferentes significados para estas palavras. De acordo com Charlei, demarcar essas diferenças é essencial, pois auxilia em planejamentos públicos e também orienta o setor privado na realização de suas atividades.

Atividades turísticas na natureza são cada vez mais divulgadas e procuradas, geram fluxo econômico e de pessoas, ou seja, se tornaram um produto consumido intensamente. “Nas últimas décadas presenciam-se cada vez mais movimentações e fomento das atividades turísticas em ambientes naturais, em áreas cujas paisagens são a contraposição com o urbano. Sabe-se que muito daquilo que se registra na atualidade deve-se aos preceitos de sustentabilidade e à valorização social da natureza, inclusive no mercado turístico”, avaliam os pesquisadores.

No entanto, nem todo turismo feito em ambientes rurais ou naturais têm o devido cuidado de proteger a fauna e flora. Nos lugares onde o turismo afeta o equilíbrio ecológico, não se pode falar de ecoturismo, mas sim de “turismo de natureza”. Além disso, há outros segmentos dentro do turismo de natureza, como o geoturismo – um turismo baseado no patrimônio geomorfológico. “O geoturismo invariavelmente terá impactos, sejam eles positivos ou negativos. Por um lado, além dos benefícios econômicos, a atividade pode propiciar o estímulo à interpretação e conservação destas áreas. Por outro lado, pode incidir em desgastes excessivos dos patrimônios por meio da depredação e remoção ilegal de fragmentos”, alerta o Charlei. “O trabalho faz parte das atividades do Laboratório de Geografia Física (www.lgf.ggf.br) e é uma contribuição social, ambiental e econômica da universidade pública”, destaca o professor.

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