“Os impactos dos agrotóxicos na saúde coletiva” é tema de Audiência Pública dia 25 

Reunião final de construção da audiência com os movimentos organizados – Foto: Assessoria

Contaminação da água, casos de doenças, como o câncer, mortandade das abelhas, estarão nos relatos de experiências

Será realizada nesta quinta-feira, dia 25, uma Audiência Pública com o tema: “os impactos dos agrotóxicos na saúde coletiva”. A atividade tem início às 18h30 na Câmara de Dourados e a proposição é do vereador Elias Ishy (PT), que atualmente é presidente das Comissões de Educação, Saúde e Meio Ambiente.

O parlamentar lembra que tem trabalhado desde 2017 com relação à construção desse ato, inclusive como encaminhamento de uma audiência com o Movimento Popular de Mulheres. Coincidentemente, na última semana foi divulgada uma pesquisa, com informações apuradas pelo Ministério da Saúde, em que os números revelam que a contaminação da água com agrotóxico está aumentando a passos largos e constantes nas torneiras do país. “O problema é muito maior, por isso queremos aprofundar o debate e quanto maior a participação da sociedade, melhor”, enfatiza.

De acordo com os movimentos que participam da organização do evento, antes de abrir o debate é importante saber o que significa o termo. Segundo a legislação, os agrotóxicos são as substâncias químicas (fungicidas, herbicidas, inseticidas, pesticidas) utilizadas para controle de organismos indesejados, causadores de perdas econômicas. A exposição a esses venenos são maiores do que se imagina e acontecem de forma silenciosa, além da agressão direta a saúde do meio ambiente.

A doutora em saúde coletiva e professora de nutrição da UGFD (Universidade Federal da Grande Dourados), Verônica Gronau Luz, afirma que o problema tem aumentado com o favorecimento do Governo Federal, liberando agrotóxicos que eram proibidos no Brasil, que já é líder mundial em consumo. Ela explica que o brasileiro consome 7,2 litros de agrotóxico por ano, enquanto sul-mato-grossense mais de 40 litros, quase seis vezes a mais do que a média nacional per capita.

Ela explica que isso tudo está indo para a alimentação, de maneira desenfreada. “Comendo, bebendo algo contaminado, aumenta muito a prevalência de doenças como o câncer, parkinson, depressão, suicídio, obesidade, diabetes, confirmada por estudos nacionais e internacionais. Estamos muito preocupados com esse pacote tecnológico que estão vendendo para o agricultor atualmente”, disse ela.

Ishy afirma que são necessárias alternativas e que o dano ambiental deve ser levado em conta, como o relacionado à mortandade das abelhas, insetos essenciais ao equilíbrio do ecossistema.  De 500 milhões de abelhas encontradas mortas por apicultores, 45 milhões foram no Estado. Verônica explica que é preciso políticas de fortalecimento para que se tenham espaços protegidos dos agrotóxicos, já que muita monocultura está ao lado daqueles que usam e acabam contaminando, seja pela água ou pelo ar.

A palestrante será a Fernanda Savicki de Almeida, doutora em Ciências, pesquisadora da Fiocruz Mato Grosso do Sul e integrante da Comissão de Estudo dos Impactos dos Agrotóxicos no MS. Ela é ainda membro do Núcleo de Agroecologia da Extensão, Ensino, Pesquisa e Saberes Tradicionais de MS e da Coordenação Coletiva do Grupo de Trabalho de Saúde da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA – Agroecologia).

Evento no facebook: http://bit.ly/AudiênciaAgrotóxicosDourados

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