Número de inscritos no ENEM cresceu 4.000% em duas décadas

Exame nacional completará 20 anos em 2018 com a expectativa de reunir 8 milhões de candidatos; em 1998, eram apenas 157 mil inscritos

O número de alunos inscritos no Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) cresceu 4736% de 1998, quando a primeira prova foi aplicada, ao ano passado. Em 2018 – quando o número de inscritos deve voltar a ultrapassar a marca dos 8 milhões de candidatos – o programa de entrada em cursos universitários pelo país vai completar 20 anos.

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), a primeira prova do exame nacional reuniu 157.221 candidatos em 1998. À época, o ENEM não era tão diferente do que é hoje: apesar de ter menos questões, 63, já trazia o formato de redação dissertativa que permaneceu durante duas décadas. O primeiro tema sugerido pelo exame foi “Viver e aprender”, com base na canção “O que é, o que é?”, de Gonzaguinha.

A pergunta que vinha à toa é como o compositor havia colocado na mesma letra as passagens “A vida devia ser bem melhor” e “É bonita, é bonita e é bonita”. O candidato precisava criar um texto argumentativo a partir dessa dualidade.

No ano seguinte, o número de inscrito já dobrou, indo para 346.953 registrados para a prova. Em 2001, porém, houve o grande salto que tornou o exame o principal meio de acesso aos cursos universitários no país: foi de 390 mil inscritos em 2000 para 1,6 milhão naquele ano – um salto de 156% nas inscrições. Por causa do alto número de candidatos, a organização precisou aumentar o número de municípios de aplicação da prova para 276.

Outro crescimento significativo aconteceu entre 2004 e 2005, quando o governo federal criou o Programa Universidade para Todos (ProUni), vinculando o acesso à bolsas de estudos em instituições de ensino superior privadas à nota obtida no exame. Se em 2004 1,5 milhão de pessoas participaram do exame, no ano seguinte esse número foi para 3 milhões.

O recorde de inscrições para o exame aconteceu em 2014, quando 9,5 milhões de brasileiros se candidataram para fazer a prova. Na época, o método de como se inscrever também mudou, passando a exigir um pré-registro. O teste, da mesma forma, havia passado por transformações desde 2009, quando passou a contar com quatro áreas de conhecimento, e cobrar dos alunos bons desempenhos nas áreas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e Ciências Humanas e suas Tecnologias. Além disso, a prova passou a ser aplicada em dois dias seguidos.

Em 2017, porém, o ENEM registrou uma queda nas inscrições: 7,6 milhões de pessoas participaram da prova. No ano anterior, 9,2 milhões se candidataram – uma queda de 17%. Em 2015, o número também foi superior: 8,4 milhões de registros. O período entre 2014 e 2015 interrompeu uma sequência de sete anos de crescimento anual nos inscritos, iniciada em 2007.

À época, o então ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse que uma das explicações possíveis para o dado é que havia caído o número daqueles que não tinham certeza de que fariam o exame. Isso porque a pasta estabeleceu em 2014 que os isentos que não fizessem o exame naquele ano e não justificassem, não teriam isenção no ano seguinte.

Em contrapartida, o número de pagantes aumentou em 2015: passou de 3,1 milhões (32,4%) para 3,4 milhões (40,2%). “Isso mostra que não houve exclusão devido ao preço da taxa. As pessoas que deixaram de se inscrever terá sido por outra razão que não essa”, disse Janine na ocasião. Vale lembrar que, em 2015, a taxa de inscrição foi reajustada pela primeira vez desde 2004. Passou de R$ 35 para R$ 63, para repor as perdas com a inflação.

Em 2018, o ENEM ainda está em fase de registros. Até o momento, 1 milhão de candidatos já solicitaram a isenção da taxa de inscrição. As provas neste ano serão aplicadas entre 4 e 11 de novembro.

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