Nos Diálogos de Inovação, economista vai debater desenvolvimento local e a indústria

Economista Aristides Monteiro Neto será o palestrantes nesta terça-feira – Divulgação
Economista Aristides Monteiro Neto será o palestrantes nesta terça-feira – Divulgação

Um conceito que vem sendo amplamente utilizado por governos, pelo terceiro setor e no meio acadêmico é o “Desenvolvimento Local”, que significa a implementação de ações em territórios ou microrregiões que permitam a ativa participação do cidadão, o efetivo controle social sobre a gestão pública através do fortalecimento da sociedade civil e o empoderamento de grupos sociais antes marginalizados nas esferas de tomada de decisão.

O conceito “Desenvolvimento Local” é que cada cidadão tenha uma vida digna, em primeiro lugar, o acesso aos direitos civis, à educação de qualidade e a oportunidades de trabalho e renda. A experiência em diversos territórios no Brasil e no mundo demonstra que essas conquistas não ocorrem em curto prazo.  Elas são construídas no âmbito de um amplo processo de melhoria contínua da qualidade de vida de um território pelos moradores.

Na prática, “Desenvolvimento Local” leva a campo cinco dimensões: a inclusão social; o fortalecimento e a diversificação da economia local; a inovação na gestão pública; a proteção ambiental e o uso racional de recursos naturais; e a mobilização social. Para debater esse assunto, o economista Aristides Monteiro Neto falará, nesta terça-feira (28/11), às 8 horas, na fábrica da ADM (Archer Daniels Midland Company), localizada no Núcleo Industrial de Campo Grande (MS).

Trata-se do 7º encontro do projeto “Diálogos de Inovação”, que é realizado pela Fiems e Senai para debater inovações e tecnologias para a indústria de Mato Grosso do Sul, pensando a indústria do futuro e formas de desenvolvê-la a médio e longo prazo. Conhecido por diversas publicações sobre a PNDR (Política Nacional de Desenvolvimento Regional), suas possibilidades e limites, Aristides Monteiro Neto, que é doutor em Economia Aplicada pelo IE/Unicamp (Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas) e especialista em Desenvolvimento Econômico, Economia Regional e Políticas Públicas, promete abordar a atuação direta do poder público para implementações infra estruturais e condições sociais necessárias ao desenvolvimento.

Ele ainda falará sobre a importância de as empresas expressarem de forma clara qual o ambiente favorável a ser estabelecido para o desenvolvimento industrial fundamentado na inovação. Para o economista, é imprescindível para alcance desse fim a construção de um plano estruturado, cuja continuidade deverá ser observada pelo próprio público e pela sociedade.

“Minhas reflexões sobre governos estaduais são no sentido de contribuir para a leitura de que estratégias bem delineadas de desenvolvimento que apontem para horizontes mais amplos devem ser produzidas. Governos estaduais não deveriam ficar apenas na gestão das questões de curto prazo e no afogadilho das limitações impostas pelo dia-a-dia”, explicou Aristides Monteiro Neto.

Trazendo a discussão para Mato Grosso do Sul, o economista pontua que o Governo do Estado deve avaliar suas possibilidades atuais em termos de capacidades governativas para apoio à indústria e tentar produzir um cenário de onde se deseja chegar. Ao fazer isso, um exercício necessário será o de mensurar os recursos necessários para a efetivação da estratégia.

“Nos últimos anos, a economia estadual vem passando por um grande crescimento movido pela demanda internacional de commodities agrícolas, principalmente, soja. A mobilização de fatores econômicos tem sido em torno destas atividades e daquelas que lhes estão diretamente associadas. A indústria que vem se desenvolvendo tem muito de estratégia de aumento do valor agregado dos produtos agrícolas”, comentou.

Ele ainda pontuou que, no Brasil, os planos de desenvolvimento são concebidos em estratégias “de cima para baixo”, ou seja, os agentes impactados e recebedores de recursos públicos – no caso empresários – não são cobrados para dar quaisquer contrapartidas em termos de resultados, como aumento do investimento produtivo, aumento da capacidade exportadora, ampliação de postos de emprego ou aumento do investimento em inovação.

“É preciso mudar esse comportamento. Recurso público deve ser dado e até ampliado desde que haja contrapartidas. Então, o plano ou projeto de desenvolvimento passa a ser uma solução partilhada e compactuada pelos agentes sociais e econômicos, entre governo-empresariado-sociedade”, concluiu.

O evento

A Fiems e o Senai realizam o projeto “Diálogos de Inovação”, que busca inspirar, mobilizar e reunir empresários, empreendedores e a sociedade para discutir a indústria de Mato Grosso do Sul pelos próximos 20 anos, sendo que, ao todo, são sete encontros. O primeiro encontro dos “Diálogos de Inovação” foi realizado na OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil no Estado) e abordou as PPPs (Parcerias Público-Privadas) como alternativas ao atual modelo econômico, com a doutora em Direito Administrativo Cristiana Fortini.

O tema “Cidades Inteligentes” foi discutido na Escola Senai da Construção, com o doutor em Design e Arquitetura pela USP (Universidade de São Paulo), Caio Adorno Vassão, e a MSGás sediou o 3º encontro do projeto, que trouxe Reinaldo Lorenzato, graduado em Engenharia Industrial Mecânica pela Universidade Mackenzie, para falar sobre a “Internet das Coisas”.

Depois foi a vez da apresentação do doutor em tecnologia alimentar Miguel Cerqueira, que falou sobre “Nanotecnologia” durante o 4º encontro realizado na Faculdade de Tecnologia do Senai em Campo Grande (FatecSenai). Já o 5º encontro abordou o tema “Educação” e foi realizado no campus da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), em Campo Grande (MS), com a palestrante Cristiana Mattos Assumpção, que é doutora em Engenharia Pedagógica pela Universidade de Columbia, enquanto o tema do 6º encontro foi “Comportamento Coletivo”, realizado no Shopping Campo Grande, Especialista em Inovação e Neurociência para Liderança, Martha Gabriel.

Para encerrar a série de encontros, o evento “Webinar”, no auditório do Edifício Casa da Indústria, contará com a participação online de todos os sete palestrantes e terá a intermediação do apresentador da Globo News e Canal Futura, Ronaldo Lemos, quando será apresentado o painel “MS – Indústria para o futuro” e todos os participantes poderão dar sua contribuição final, sendo que após os encontros será apresentado o painel “MS – Indústria para o Futuro”.

Formato

A cada encontro, 20 empresários do Estado serão selecionados para discutir presencialmente um tema específico com o palestrante convidado (e serão orientados a baixar um aplicativo do evento para, enquanto assistem à apresentação, possam acompanhar outras informações e fazer perguntas), enquanto as demais pessoas interessadas podem interagir online.

Todos os eventos serão transmitidos gratuitamente via Youtube e outras redes sociais da Fiems e Senai, sendo abertos à população em geral com a possibilidade de interação, enquanto as palestras serão realizadas em oito diferentes locais, sempre relacionados ao tema exposto. Responsável pela concepção e organização do evento, o diretor-regional do Senai, Jesner Escandolhero, falou sobre o conceito inovador do evento em si.

“Trouxemos um ambiente para favorecer essa discussão e, por meio dela, trazer para o nosso Estado a cultura da inovação”, destaca o diretor-regional do Senai, Jesner Escandolhero. “O Senai no seu dia a dia já atua com tecnologia e inovação e, por meio do contato com as indústrias e seus diversos segmentos, percebemos alguns gargalos e temas ainda muito mistificados e que, apesar de estarem presentes, ainda representam algumas barreiras que precisam ser discutidas”, acrescentou.

Serviço – Mais informações sobre o evento no site www.dialogosdeinovacao.com.br

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