No aniversário da Lei Maria da Penha, mulheres dão show e conscientizam no Sarau no Parque

Em sua sexta edição, evento priorizou apresentação de mulheres para dar relevância à data

Bruna Valente e a banda Black Hood fecharam a sexta edição do Sarau no Parque – Foto: Assessoria

Instituída em 7 de agosto de 2006, a Lei Maria da Penha completou 16 anos em 2022 e se provou um marco na legislação contra a violência contra as mulheres no país. Para celebrar a importância desta data, a programação do Sarau Cidadania e Cultura no Parque foi recheada de artistas mulheres que deram um show e promoveram a conscientização sobre o tema para quem esteve no evento.

A apresentação de abertura do sarau começou forte com a cantora Lili Black. Ela, que toca rap, fala em suas letras sobre a violência de gênero, violência contra pessoas pretas, entre outros assuntos pertinentes à desigualdade social. Ela se disse feliz em abrir o evento, ainda mais pela representatividade da data.

“É importante um evento que reúne várias vertentes da música, da arte, conhecemos vários artistas e também aqui é um dos poucos espaços que têm rap. Tive uma devolutiva bacana do público e estar aqui hoje, no dia em que se completa 16 anos da Maria da Penha dá uma felicidade a mais”, afirma.

Depois de Lili Black, quem subiu ao palco foi o grupo de capoeira Arte Camará. Em seguida foi o Bonde do Flash Black, que fez todo mundo aprender os passinhos para dançar músicas antigas que fazem sucesso até os dias atuais. A violência contra a mulher foi o tema do espetáculo Vozes, apresentado por Giovanna Zottino e Kiohara Schwaab.

Na apresentação elas lembraram de casos de mulheres assassinadas por seus companheiros que comoveram o país. As atrizes reforçam que temos que falar sobre o assunto, ainda mais na arte, para que crimes como esses não venham a acontecer mais.

“Vemos um impacto no olhar do público, as pessoas se chocam, mas eu vejo que a gente consegue representar as mulheres em todos os níveis de violência, porque quando a gente sai elas nos recebem muito bem, mas ao mesmo tempo tristes por uma realidade que acontece com frequência. É importante falar disso num evento como este, ter acesso à arte e começar a reproduzir um pensamento mais crítico do que estamos vivendo”, ressalta Kiohara.

A publicitária Amanda Oliveira, de 28 anos, achou importante a apresentação cênica das duas, pois este é um tema que, por mais difícil que seja, deve ser retratado à sociedade. “Mostrar isso no palco nos traz consciência, pode dar coragem às mulheres que sofrem violência de denunciar, é algo essencial para nós”, pontua.

As apresentações continuaram com show o grupo Os Filhos de Campo Grande, performance cênica de Estefânia Martins, performance de Tayná Campo, show acústico da banda Spellmans, da cantora Dany Cristinne e por fim da cantora Bruna Valente com a banda Black Hood.

Mesmo a chuva não espantou algumas pessoas que permaneceram até o fim para prestigiar as apresentações. “Para mim foi muito especial encerrar essa edição onde tivemos uma programação com mulheres que expuseram seus talentos e artes múltiplas, teve a chuva, mas tivemos várias resistências que puderam curtir o espetáculo. É importante e fundamental eventos como este para trazer as riquezas de Mato Grosso do Sul e é assim que vamos conhecer cada um e suas perspectivas de ser artista”, frisa.

O evento foi apresentado pela professora Rô e o artista Felipe Lourenço e ainda contou com pintura ao vivo da artista Very Ruim, exposição de moda indígena, literatura, gastronomia, artesanato, moda, entre outras vertentes culturais. A próxima edição acontece no Parque das Nações Indígenas, a partir das 16 horas.

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