No 2º encontro dos “Diálogos de Inovação”, doutor em Design fala sobre cidades inteligentes

Palestrante será o doutor em Design e Arquitetura pela USP (Universidade de São Paulo), Caio Adorno Vassão - Divulgação
Palestrante será o doutor em Design e Arquitetura pela USP (Universidade de São Paulo), Caio Adorno Vassão – Divulgação

Muito tem se falado em cidades inteligentes ou smart cities, em inglês. O termo consiste em sistemas de pessoas interagindo e usando energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida. Esses fluxos de interação são considerados inteligentes por fazer uso estratégico de infraestrutura e serviços e de informação e comunicação com planejamento e gestão urbana para dar resposta às necessidades sociais e econômicas da sociedade.

A ideia de smart cities ganhou força nos últimos cinco anos e foi impulsionada pela construção do zero de cidades inteligentes como Songdo, na Coreia do Sul. Seu projeto de criação começou em 2003 e ganhou agilidade a partir de 2009, quando um programa de estímulos a investimentos foi lançado pelo governo local. Ainda em fase de construção, Songdo deve ser concluída em 2018, segundo estimativas oficiais. Desde 2011, no entanto, o lugar já vem sendo povoado. Em 2013, a população era de 67.000 habitantes. A expectativa é que até 2020 sejam 250.000 moradores.

No Brasil, um exemplo de cidade inteligente é o bairro Pedra Branca, na cidade de Palhoça (SC). O projeto, que teve início em 2000, incorporou conceitos que transformaram o território num novo centro para a região Grande Florianópolis e forneceram todas as funções básicas para as necessidades diárias de seus moradores, trazendo novas tecnologias para o planejamento urbano e a construção sustentável local.

Os edifícios são dotados de tecnologias alternativas, com certificação ambiental e materiais recicláveis, buscam reduzir os gastos e impactos decorrentes do consumo de energia, água e produtos em geral, priorizando, também, o maior conforto. As ruas priorizam a bicicleta e o pedestre e a acessibilidade local dispensa o carro no transporte diário. O objetivo maior é se tornar uma região com emissão de carbono zero.

Esses dois exemplos mostram o quanto os países têm investido em produtos e serviços inteligentes para sustentar o crescimento econômico e as demandas materiais da população. Na busca por soluções para esse desafio, a Fiems e o Senai realizam o segundo encontro do projeto “Diálogos de Inovação” nesta sexta-feira (06/10), a partir das 8 horas, na Escola Senai da Construção, em Campo Grande (MS), reunindo empresários para discutir inovações e tecnologias avançadas para pensar a indústria do futuro e formas de desenvolvê-la a médio e longo prazo.

Para esse evento, o convidado para falar é o doutor em Design e Arquitetura pela USP (Universidade de São Paulo), Caio Adorno Vassão, que pesquisa desde 1993 a relação entre tecnologia, ambiente urbano e cultura e promete promover uma ampla discussão sobre o conceito de cidade inteligente e região inteligente e como ele se aplica nas indústrias. “Na verdade, será uma palestra sobre ‘Cidades Inteligentes’, mas que abordará outros temas como Internet das Coisas e Indústria 4.0, porque todas essas coisas se conectam. É importante demonstrar como se alinhar com esses conceitos e discutir como a cadeia de produção de valor mudou nos últimos anos e como vai mudar”, afirmou.

Seguindo essa linha, ele ressalta que as indústrias têm mais oportunidades dentro de cidades inteligentes. “Em cidades normais, a indústria é mais mecanicista, ou seja, precisa localizar seu público. Já em cidades inteligentes, as comunidades fazem parte da cadeia produtiva na definição da mercadoria produzida. E aí também entram os conceitos de Indústria 3.0 e Indústria 4.0”, explicou.

Mas o que torna uma cidade inteligente? Segundo o arquiteto, essa é uma pergunta bastante complexa, porque pode variar dependendo de que for responder. “Para mim, cidade inteligente se divide em dois níveis. O primeiro é o provimento de serviços ao cidadão que melhoram a qualidade de vida, tenham mais eficiência e menor custo. O segundo é a existência de um banco de dados utilizado para integrar melhor a cidade e para que os serviços funcionem de forma melhor”, detalhou.

Ainda conforme Caio Adorno Vassão, há alguns exemplos no Brasil de projetos interessantes, mas nenhum se configura como, de fato, uma cidade inteligente. Para que isso aconteça, ele aponta que o primeiro caminho é formar o cidadão inteligente. “Não estou dizendo que as pessoas não são inteligentes. Mas formar o cidadão inteligente significa alfabetizar as pessoas para esse mundo digital”, ressaltou.

Além disso, ele reforça a necessidade de fomentar o ecossistema de inovação. “É preciso fortalecer as relações entre universidades, escolas, instituições de pesquisa e o poder público, para que essa relação tenha como fruto projetos inovadores. Um ecossistema de inovação é saudável quando há diálogo”, acrescentou, destacando que também é importante um melhor serviço de telecomunicações locais.

Serviço – Mais informações sobre o evento podem ser obtidas pelo site www.dialogosdeinovacao.com.br  

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