Na elaboração de um ambiente os cinco sentidos devem ser considerados

Especialista afirma que um ambiente agradável agrega valor ao produto ou serviço

Eduardo Bordin disse aos futuros profissionais que eles precisam ser originais, pois de genéricos o mercado já está abarrotado – Divulgação/Unigran

Ao adentrarmos um ambiente onde de cara já nos identificamos com o visual é um ótimo presságio, mas tudo pode ser potencializado se, além disso, também tivermos sensações boas com o odor do ambiente, a textura dos móveis, a música tocando e se ainda por cima houver alguns mimos gastronômicos inclusos no pacote, o proprietário do local já terá meio caminho andado na hora de fechar um negócio.  Os ensinamentos foram transmitidos por Eduardo Andrade Bordin, fundador e proprietário da Andrade Bordin Arquitetura, empresa do interior do Paraná que ganhou projeção nacional graças a qualidade e originalidade dos seus projetos.

A palestra aconteceu no auditório do Bloco 10 da UNIGRAN, durante a abertura da 3ª Jornada Acadêmica de Design de Interiores. Bordin, que é formado em Arquitetura, contou também um pouco da sua trajetória profissional, desde a faculdade, até trabalhar em um escritório de Londrina-PR, de onde foi demitido dias após revelar que alimentava o desejo de ter o próprio negócio. A demissão antecipada serviu de impulso para o recém-formado colocar o sonho em prática. Assim, observando a quantidade de bons clientes vindos da cidade vizinha, Arapongas-PR, em busca dos serviços do escritório em que trabalhava, seguiu o rumo indicado pelo seu faro empreendedor e abriu as portas da Andrade Bordin nesta cidade.

Após as dificuldades iniciais que naturalmente surgem no caminho de quem está empreendendo pela primeira vez, Bordin tratou de procurar uma agência de publicidade para dar cara e identidade à sua marca, já que reforça a necessidade de ser original, em todos os aspectos. Uma dica interessante e pouco usual vinda de pessoas bem-sucedidas é quando ele fala que não necessitamos fechar negócio com todos que nos procuram. Ele explica que para não perder negócio é preciso agradar a todos, mas quem agrada a todos fatalmente se torna genérico, ou seja, sem originalidade, contudo, é justamente a originalidade que agrega valor ao trabalho.

Em uma pesquisa recente, Bordin revelou que cobra em média quatro vezes mais que os concorrentes da região, mesmo assim não tem dificuldades em conseguir clientes. Ele disse também que em várias ocasiões  ̶ quando ele e o cliente não chegam a um denominador comum  ̶  chega a dispensar o serviço e indicar o cliente para algum colega. O arquiteto salienta que o profissional da arquitetura e do design de interiores tanto precisa, quanto deve atender os anseios do cliente, contudo, dando o seu toque de originalidade, algo como os desejos de Beltrano conforme a ótica da Andrade Bordin Arquitetura.

Bordin também destaca a importância de se manter atualizado, estar na vanguarda das tendências da arquitetura e do design de interiores, como também as ferramentas e tecnologias utilizadas na elaboração e apresentação de projetos. “Hoje utilizamos o sistema BIM, de realidade aumentada, que deixa o AutoCAD como mais um recurso que ficou no passado”, exemplificou.

O palestrante deu bastante ênfase na obrigação de compreender os clientes de forma ampla, levando em consideração fatores culturais, históricos e econômicos. Disse ainda que os acadêmicos devem observar o trabalho de grandes nomes da área, estudar obras de destaque em todo o mundo e viajar o máximo que puder, utilizando os dias fora de casa para contemplar e buscar compreender as inspirações de quem projetou determinado ambiente e/ou edificação.

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