A cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, filmada pichando a estátua da Justiça durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, deixou o Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro (SP) na noite da última sexta-feira (28). A saída ocorreu após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que converteu sua prisão preventiva em prisão domiciliar.
Débora passou a ser conhecida após escrever a frase “Perdeu, mané” na escultura localizada em frente ao STF. Agora, ela cumprirá prisão domiciliar em Paulínia (SP), onde mora. De acordo com a decisão, ela usará tornozeleira eletrônica, está proibida de usar redes sociais, manter contato com outros investigados e dar entrevistas sem autorização do STF.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) confirmou o cumprimento do alvará de soltura, expedido pelo Supremo. A defesa de Débora comemorou a medida, classificando sua prisão como desproporcional e destacando que ela esteve afastada da família e dos filhos durante todo o período de detenção.
O julgamento que decidirá sua condenação definitiva foi iniciado no STF, mas foi interrompido por um pedido de vista do ministro Luiz Fux. Antes da paralisação, o relator do caso, Alexandre de Moraes, votou por condenar Débora a 14 anos de prisão em regime fechado.
Em depoimento anterior ao Supremo, Débora afirmou que se arrepende de ter participado dos atos e de ter pichado a estátua da Justiça. Apesar da conversão da prisão para o regime domiciliar, ela segue respondendo às acusações que pesam contra ela.
Segundo o voto de Moraes, a pena de 14 anos é composta por condenações por crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Além disso, todos os condenados pelos atos de 8 de janeiro terão que arcar com uma indenização solidária de R$ 30 milhões. (Com Agência Brasil)
