Milho tiguera acende alerta para sojicultores em MS e exige manejo rigoroso

Competição por espaço, luminosidade, água e nutrientes, formação de ponte verde e abrigo de insetos-praga são os principais problemas

Com a colheita da segunda safra de milho chegando ao fim em Mato Grosso do Sul, cresce a preocupação entre os produtores com a presença do milho tiguera — plantas voluntárias que brotam após a colheita. Essas plantas competem diretamente com a soja por espaço, luz, água e nutrientes, além de funcionarem como “ponte verde”, abrigando insetos-praga e favorecendo a disseminação de doenças nas lavouras.

O surgimento do milho tiguera geralmente ocorre devido à perda de grãos durante a colheita ou à presença de sementes remanescentes no solo. Uma vez germinadas, essas plantas se desenvolvem nas áreas comerciais destinadas à soja. Pragas como cigarrinhas, lagartas e percevejos costumam se instalar nessas plantas, representando risco de infestação em outras culturas ou no próprio ciclo seguinte, o que eleva a dependência de defensivos agrícolas e aumenta os custos de produção.

A pesquisadora da Fundação Chapadão, Dra. Tatiane Lobak, reforça a importância de um manejo assertivo para evitar perdas de produtividade tanto na soja quanto no milho. “Com as chuvas, nós teremos diferentes fluxos de emergência de plantas de milho tiguera, que servem de abrigo e alimento para pragas. Então é importante que o produtor comece a nova lavoura [de soja] no limpo, sem milho tiguera ou outras plantas daninhas, para que possa manter as produtividades”, orienta.

Além de comprometer a sanidade da lavoura, a presença do milho tiguera pode tornar a área um foco de pragas durante todo o ano, prejudicando também as estratégias de controle integrado. A identificação e eliminação precoce dessas plantas é essencial para evitar impactos severos na produtividade das culturas subsequentes.

Entre as principais medidas de controle recomendadas estão: o descarte adequado de resíduos de colheita, uso de controle mecânico, aplicação estratégica de herbicidas seletivos e adoção de rotação de culturas. A atenção redobrada nesse período entre safras é fundamental para garantir a eficiência produtiva da soja e preservar o equilíbrio sanitário da propriedade.

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