
O mercado financeiro diminuiu suas projeções para o crescimento da economia e para a inflação em 2025, conforme a edição divulgada nesta segunda-feira (17) do Boletim Focus, do Banco Central (BC). A pesquisa semanal reúne expectativas das principais instituições financeiras sobre indicadores econômicos essenciais do país.
Para 2025, a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 2,01% para 1,99%. Já para 2026, a previsão também recuou, de 1,7% para 1,6%. Para os anos seguintes, 2027 e 2028, o mercado manteve a expectativa de crescimento estável, em 2% ao ano.
Em 2024, a economia brasileira teve expansão de 3,4%, representando o quarto ano consecutivo de crescimento e o melhor resultado desde 2021, quando o PIB subiu 4,8%. Apesar disso, os economistas apontam para desaceleração nos próximos anos devido ao cenário global e doméstico mais restritivo.
Quanto ao câmbio, o mercado projeta o dólar em R$ 5,98 no final deste ano, alcançando R$ 6 até o fim de 2026. Essa elevação da moeda americana pode refletir pressões externas e preocupações com a economia internacional, influenciando também as expectativas inflacionárias.
Sobre a inflação oficial (IPCA), a previsão caiu de 5,68% para 5,66% em 2025, após mais de vinte elevações consecutivas. Apesar da redução, o valor ainda supera o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), fixada em 3% com tolerância até 4,5%. Em fevereiro, impulsionado pela energia elétrica, o IPCA atingiu 1,31%, o maior resultado para o mês desde 2003.
Para controlar essa inflação elevada, o Banco Central vem aumentando a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,25%. O Comitê de Política Monetária (Copom) já sinalizou nova alta nesta semana, elevando a Selic para 14,25%, com previsão do mercado financeiro de atingir 15% até dezembro deste ano. Juros mais altos tendem a conter o consumo e frear a economia, mas ajudam a controlar os preços, ainda que tragam riscos de desaceleração econômica mais intensa nos próximos anos.