Mentor de Odilon afirma que Bolsonaro não tem preparo nem para ser prefeito

Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, e Dagoberto Nogueira, que ontem classificou Bolsonaro com despreparado para a presidência da República – Foto: Divulgação

Dagoberto Nogueira, cacique maior do PDT em Mato Grosso do Sul e responsável pela candidatura do ex-juiz federal, critica o candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro, durante entrevista ao vivo para emissora de rádio de Campo Grande

O deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), principal mentor e articulador da campanha de Odilon de Oliveira (PDT) ao governo do Estado, atacou duramente o candidato a presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) durante entrevista na manhã de ontem para uma emissora de rádio de Campo Grande. Ao ser questionado sobre o que ele (Dagoberto) esperava de um eventual governo de Jair Bolsonaro, o pedetista declarou que o candidato à presidência da República não tem capacidade nem para ser prefeito de Jaraguari, município de Mato Grosso do Sul que tem menos de 7 mil habitantes.

Dagoberto disse que a avaliação de incapacidade de Bolsonaro para governar o Brasil partiu da convivência de ambos na Câmara dos Deputados. “O Bolsonaro, eu convivo com ele e sei que ele não tem preparo, mas tomara que ele monte uma equipe boa, ele não tem preparo nem para ser prefeito de Jaraguari, quanto mais pra ser presidente do Brasil”, disparou. “Estarei lá no Congresso Nacional e que vou rezar muito pra que aquele que for eleito monte um bom governo”, completou.

O deputado federal também já havia se manifestado favorável à decisão do comando nacional do PDT que entrou com ação na Justiça Eleitoral contra Jair Bolsonaro, denunciando que o candidato estaria se beneficiando diretamente de empresas de disparo de mensagens em massa via WhatsApp, contratadas por empresários que o apoiam. O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Jorge Mussi, instaurou a ação de investigação judicial que pode, inclusive, impedir a diplomação de Bolsonaro em caso de eventual vitória nas urnas no próximo domingo.

A base do pedido é a denúncia feita pelo jornal Folha de S.Paulo em reportagem publicada no dia 18 de outubro, segundo a qual empresários apoiadores de Bolsonaro custearam serviços de envio de mensagens em massa pela plataforma WhatsApp. Para a cúpula nacional do PDT, o episódio corresponde à conduta de abuso de poder econômico, vedada pelo Código Eleitoral.

De acordo com os advogados do PDT, o emprego de sistemas de disparo em massa ocasionou desequilíbrio na disputa, com gastos e estrutura maiores beneficiando a candidatura de Jair Bolsonaro, violando o princípio da “paridade de armas”. O PDT de Odilon de Oliveira também pede que se apure se houve uso de caixa 2 na campanha de Bolsonaro. “O financiamento da propaganda eleitoral foi constituído de forma ilícita, na medida em que a doação empresarial é vedada de forma direta ou indireta, logo, seja por disponibilização de dinheiro ou por realização de gastos de campanha, como a mencionada contratação. O uso de recursos empresariais é terminantemente vedado”, afirma o PDT na ação perante à Justiça Eleitoral.

A cúpula nacional do PDT alega ainda que o abuso de poder econômico e a ilegalidade dos repasses justificam a anulação das eleições com base no Artigo 222 do Código Eleitoral: “É também anulável a votação, quando viciada de falsidade, fraude, coação ou emprego de processo de propaganda ou captação de sufrágios vedado por lei”, ressalta trecho da ação. “As fake news [notícias falsas] foram responsáveis, sim, pelo resultado das eleições, e isso é crime previsto no Código Eleitoral. Não há outra via senão o pedido de cancelamento das eleições”, afirmou Carlos Lupi, presidente nacional do PDT e principal incentivador da candidatura de Odilon de Oliveira ao governo de Mato Grosso do Sul.

Na ação, Carlos Lupi pede, além da anulação, a inelegibilidade do candidato Jair Bolsonaro e seu vice, General Mourão, bem como a investigação da participação destes e das empresas supostamente contratadas para o disparo em massa e de empresários que financiaram o serviço. Entre os atos solicitados estão a quebra de registro bancário e telefônico e disponibilização de relatórios contábeis e fiscais das empresas apontadas.

Por Marcos Santos

 

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