Obra aborda panorama das ameaças ao Pantanal e perspectivas para sua conservação, sendo resultado do Programa Corredor Azul
Pantanal à Margem da Lei é resultado entre parceria da Wetlands International, Mupan – Mulheres em Ação no Pantanal, Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (Inau) e Clínica de Direitos Humanos e Meio Ambiente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e foi organizado pelos pesquisadores Cátia Nunes da Cunha, Wolfgang Junk e Carlos Teodoro Irigaray. Alguns dos organizadores participam da live.
“O livro é resultado de vários estudos realizados na fase 1 do PCA e consolida nossa parceria com instituições de pesquisa, um dos objetivos do Programa. Essa parceria vai desde a mobilização e geração de conhecimentos até a aplicação deles na sociedade para que haja incidência política. A Wetlands International traz em seu histórico essa geração de conhecimentos com a perspectiva de soma de esforços, aliando saberes técnico-científicos aos saberes tradicionais”, explica a coordenadora de políticas da Wetlands International Brasil, Áurea Garcia.
Para que atinja uma maior parcela da população, os autores se preocuparam em deixar a linguagem da obra acessível. “Temos trabalhado muito no foco e entendimento de que o pleno exercício da cidadania no século 21 depende de conhecimentos ligados às questões ambientais, então é fundamental que as pessoas saibam, por exemplo, o que representa uma mudança climática, como ela pode impactar no Pantanal ou em outro bioma. Para que isso ocorra temos que usar o conhecimento científico, mas quando fazermos a divulgação temos que evitar os termos técnicos para possibilitar a compreensão de um maior número de pessoas”, pontua Paulo Teixeira, coordenador geral do CPP e Inau.
Desastre de 2020 e recomendações
Pantanal à Margem da lei é dividido em três partes: “Panoramas e Ameaças do Pantanal”, “Marco Regulatório” e “Recomendações”. Os autores esperam que a obra contribua para que uma situação como a que aconteceu em 2020 não se repita no futuro. Até o dia 10 de novembro foram 21.752 focos de incêndio em todo o bioma, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), número recorde desde o início do monitoramento da região, em 1998.
“2020 foi um ano extremamente complicado para o Pantanal, enfrentamos uma estiagem que nunca havíamos visto e participado, sabíamos que poderia ocorrer, mas não houve um preparo para que esse desastre não atingisse essa proporção. Tudo isso contribuiu para que essa situação com os incêndios fosse tão forte”, reflete a pesquisadora Cátia Nunes.
A obra propõe uma análise crítica, a nossos governantes, pesquisadores e sociedade em geral, para que o Pantanal possa retomar sua trajetória de conservação e recuperação com uma gestão em bases mais sustentáveis. “A forma como o livro está estruturado contempla desde um panorama inicial do Pantanal, ou seja, uma definição da abrangência dessa área úmida, suas características e peculiaridades, até as ameaças que pairam sobre o bioma, apontando também no marco regulatório medidas e instrumentos legais para enfrentar essas ameaças. Finaliza com recomendações que podem servir aos gestores ambientais e à própria sociedade civil como contribuições no uso sábio e sustentável do Pantanal”, pontua Teodoro Irigaray, professor associado da UFMT.
Os participantes que acompanharem a transmissão online receberão o livro autografado pelos autores, mas para isso precisa ser feita a inscrição através do link https://bit.ly/pantanal-margem-lei. Depois ele estará disponível no site da Mupan e da Wetlands International Brasil.
