Livro “Evangelho de João – O filósofo e escritor por trás do ex-pescador” será lançado em Campo Grande

Lançamento será dia 25 de janeiro, às 20h, na Galeria de Vidro em Campo Grande – Divulgação

Galeria de Vidro na Capital terá noite de autógrafo e coquetel de lançamento com autoridades; convites já podem ser adquiridos

Com lançamento marcado para o próximo dia 25 de janeiro, terça-feira, às 20h, na Galeria de Vidro em Campo Grande, o professor, historiador e escritor Bráulio Antônio Calvoso Silva apresentará a sua obra “Evangelho de João – O filósofo e escritor por trás do ex-pescador”, que une literatura acadêmica e religiosa, oferecendo um diálogo entre um professor de grego antigo, um judeu messiânico, frente à crônica do Brasil do século XVI.

O autor relata que o livro é resultado de uma pesquisa que durou 4 anos para ser concluída e, finalmente, ficou pronta na primeira quinzena de janeiro de 2022. Natural de Brasília, o autor escolheu Campo Grande para o lançamento, pela oportunidade cultural dada pela prefeitura, por meio do prefeito Marcos Marcello Trad, e Max Freitas, titular da Sectur (Secretaria Municipal de Turismo), além da preciosa atenção de todos envolvidos nesse grande evento.

“A ideia surgiu da necessidade de um comentário escrito para mim mesmo, um bloco de anotações em que eu usei uma tradução do Novo Testamento baseada nas cópias mais antigas do original em grego, o comentário judaico do Novo Testamento e a crônica do século XVI sobre o Brasil, em uma proposta inédita, para ampliar meu horizonte sobre os Evangelhos e o seu alcance histórico e cultural”, disse Bráulio.

Em o “Evangelho de João – O filósofo e escritor por trás do ex-pescador”, o autor diz que o maior objetivo da obra é proporcionar ao leitor uma espécie “ressonância magnética” da narrativa joanina, capturando detalhes do Evangelho mais teológico da Bíblia.

O livro

O autor promove um amplo diálogo a partir de um Evangelho, que, após mais de trinta anos da divulgação dos outros três Evangelhos canônicos, ainda têm fôlego para debater temas como a origem de Jesus, o seu suposto hermetismo e aspectos únicos, como a essência que deu origem à sua pessoa, ou “monogênes”, chegando ao ponto de reformular percepções estabelecidas pelos outros três Evangelhos canônicos, ou sinóticos (com a mesma visão).

Sem qualquer árvore genealógica, na narrativa joanina, Jesus é nada menos do que um participante ativo na criação, ao mesmo tempo em que não tem lugar para encostar a cabeça, e ainda faz o serviço de um reles escravo da mais baixa categoria. Ainda assim, elege mulheres para anunciar algumas das maiores missões da humanidade, como o fez com Maria Madalena, que inaugurou a era da pregação cristã, anunciando a vitória sobre a morte, o que Agostinho diz ser a única notícia digna de registro para a humanidade. Portanto, dentro do movimento intertextual, os cenários do ambiente histórico do primeiro século são mostrados com riqueza de detalhes e descrições que convidam o leitor a participar das cenas.

João inicia o seu evangelho remetendo-nos a um momento muito antes de Gênesis. Portanto, para ele não há nada antes de Cristo. Esse evangelho não segue a cronologia de quem tem a intenção de mostrar a sequência temporal dos fatos, como se nota em maior densidade nos demais evangelhos, mas surpreende pelos contrastes, rebaixando um doutor da lei em um capítulo, e exaltando uma mulher samaritana desprezada, no capítulo posterior.

Ainda assim, João, um simples pescador, passa uma noite toda em uma pescaria mal sucedida, mas é amigo do sumo sacerdote, ao ponto de colocar Pedro para dentro do palácio e entrar na sala de julgamento de Jesus, em uma narrativa que usa palavras dos clássicos gregos Ilíada e Odisseia, mas alcança também o grego contemporâneo, dando elasticidade à juventude do texto, quando emprega os termos “opsária” para peixe e “paidia” para “rapaziada”, em uma conversa informal com os apóstolos.

Em João, os outros Evangelhos (chamados de sinóticos) ganham impulso meteórico, pois o tempo de elaboração de um Jesus histórico já tinha perdido o sentido, e suas sentenças mais avassaladoras derrubam todas as pretensões humanas com apenas pequenos diálogos. Uma oração curtíssima, ressuscita o amigo Lázaro. A Pilatos, Jesus diz que nenhum poder lhe seria dado se não fosse permissão do Pai, razão pela qual Jesus nem lhe explica de onde vem e o que tem a fazer, pois já havia dito que o reino dele não é desse mundo, além do fato de estar seguro de que ninguém o mataria, mas que ele mesmo entregaria a sua vida e poderia reavê-la em três dias (João 10:18). Assim, Judas passa a mero coadjuvante, sem direito nem a ter o seu beijo traidor registrado na narrativa joanina.

Na conversa com a samaritana, ele liberta a humanidade de se prender a lugares para adorar a Deus. No maior discurso de Jesus, há apenas uma ouvinte, uma mulher desprezada, que se torna a primeira missionária da era cristã. Portanto, ele exalta a rebaixada, tendo rebaixado Nicodemos, um doutor da lei, cheio de títulos e de honras.

“Outra intenção minha quando escrevi esse livro foi facilitar a leitura de amplo espectro para o leitor, entregando-lhe um diálogo com os outros textos, que na academia chamamos de intertextualidade, entre o Evangelho de João e toda a narrativa judaico cristã”, além da crônica do século XVI, que é uma pesquisa inédita que demonstra atitudes e valores cristãos entre os povos nativos do Brasil ou pré-cabralinos, pontuou Braulio. Tudo isso sem o enfado das notas de rodapé, que apenas cansam a leitura.

Para demonstrar o curioso que pode ser a língua, Bráulio diz que, quando Jesus usa a palavra paroimía, (alegoria) (João 16:25), ele dá o sentido de “pensar além de”, para falar de uma realidade espiritual. Portanto, Jesus apresenta a natureza como referência para pensar “além de”, indicando que ela revela seus correspondentes no mundo espiritual, sempre com sentido pedagógico, pois o papel da natureza parece sempre ter sido pedagógico.

Assim como na Bíblia há sinais como o fogo em Moisés, a tempestade corrigindo Jonas, o redemoinho respondendo e Jó e o trovão falando a João, também temos esses mesmos sinais na cosmologia dos povos tupinambás, entendidos como manifestações dos atributos invisíveis de Deus, como disse Paulo em Romanos 1:20, com vistas a demonstrar um poder superior e eterno, que corrige os caminhos do homem, na Bíblia toda e na magnífica crônica dos viajantes do século XVI, a respeito dos povos falantes de Tupi, da costa brasileira.

“A obra, assim, pretende ser um livro de consulta, com um vasto conjunto de comentários para deixar que o leitor elabore a sua própria recepção de todo o texto bíblico, a partir do Evangelho de João, onde Jesus é o protagonista absoluto”, finaliza.

Analisando o discurso do Evangelho de João, a obra do autor conta com 21 capítulos, além de um anexo chamado “Evangelho tupinambá”, distribuídos em 377 páginas. Outro destaque é que, no livro “Evangelho de João – O filósofo e escritor por trás do ex-pescador”, os diálogos são ágeis, diretos ao ponto, como o início do Evangelho de Marcos, que apresenta Jesus curando uma cidade inteira, sem fazer acepção de pessoas.

Lançamento e compra de exemplares

Marcado para o dia 25 de janeiro, o evento de lançamento da obra acontecerá na Galeria de Vidro, localizada na Avenida Calógeras, 3141, na Plataforma Cultural de Campo Grande, e contará com um coquetel servido aos convidados.

Os interessados em participar do evento e adquirir um exemplar da obra poderão comprar um convite, que garante o direito à obra autografada pelo autor e também desfrutar da reunião, que oferecerá drinks e petiscos.

Os convites podem ser adquiridos pelo telefone (67) 99224-4579, com a assessoria de imprensa, Karlinda, ou no (67) 98451-3787, com Juliete. Os convites dão direito a um exemplar autografado pelo autor, com desconto promocional aos primeiros 130 convites. Os exemplares foram impressos pela Editora Amazon e importados de Columbia SC – Estados Unidos.

Resumo da obra

O Lógos que estava com Deus, se faz sarx, deixando a glória que tinha com o Pai antes que houvesse mundo, para lavar os pés dos seus discípulos e identificando-se com todas as coisas criadas, desde a luz até a árvore, pois são a expressão dos seus atributos.

Esses atributos divinos manifestos nas coisas criadas, também estão presentes na tradição oral dos povos da floresta, assim como em toda a narrativa judaico-cristã.

Se, em Gênesis, toda a criação é reputada por Deus como algo bom, é por ter bondade, e essa vocação de sempre produzir para o outro, encontrada na natureza, como atributo de Deus, produziu sociedades análogas às cristãs do primeiro século, e descritas na crônica europeia do século XVI.

Sobre o autor

Braulio Antônio Calvoso Silva é licenciado em Letras pela Universidade de Brasília, tendo cursado matérias no mestrado em História, na mesma Universidade como aluno especial. Foi aprovado ao mestrado em Culturas Literárias na Universidade de Bologna em 2019 e, atualmente, é licenciado também em pedagogia pelo IBEDF.

Publicou artigos nos periódicos: Jornal do Brasil – RJ; O Popular – Go; jornal Recanto – DF; Gazeta de Águas Claras; Revista Overmundo (Ministério da Cultura); Comissão Goiana de Folclore; Diário da Manhã; Revistas: Ride, Almanaque Itiquira; Xapuri Socioambiental (Ano 5, no 49, nov. 2018, p. 29) e Universidade de Brasília – UnB.

Foi voluntário da UnBTV, produzindo e enviando mais de 150 vídeos sobre aspectos gerais da China (2014-2015). Executou a locução do primeiro DVD em Português da CCTV – Beijing, em comemoração aos 40 anos de amizade China – Brasil – 2014.

Participou da equipe de tradução da obra literária chinesa, Clássico do Chá, cuja primeira edição tem mais de 1.200 anos. Autor do estudo: Brasília e o Cerrado, 11 mil anos em Histórias, registrado na Biblioteca Nacional – Ministério da Cultura – Brasil. Foi professor de língua japonesa na rede Skill idiomas e especialista estrangeiro na Rádio Internacional da China – Beijing.

DEIXE UM COMENTÁRIO/RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.