
A ativista e líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi laureada nesta sexta-feira (10) com o Prêmio Nobel da Paz de 2025, conforme anunciado pelo Comitê Norueguês em cerimônia realizada em Oslo, na Noruega. O prêmio reconhece sua trajetória e “trabalho incansável para promover os direitos democráticos do povo venezuelano” e por sua luta pacífica pela transição do país de um regime autoritário para a democracia.
Segundo o Comitê, a escolha representa uma homenagem à coragem cívica e à persistência diante da repressão. “O Prêmio Nobel da Paz vai para uma corajosa e comprometida defensora da paz – para uma mulher que mantém a chama da democracia acesa em meio à escuridão”, destacou a entidade. María Corina foi chamada de um dos exemplos mais notáveis de resistência democrática na América Latina dos últimos tempos.
Engenheira e professora de formação, María Corina tem 57 anos e é natural de Caracas. Atuou como deputada entre 2011 e 2014, tendo o mandato cassado pelo regime chavista. Em 2023, obteve destaque internacional ao vencer com folga as primárias da oposição, mas foi impedida pela Justiça Eleitoral de disputar a presidência em 2024, sendo substituída por Edmundo González Urrutia. A eleição, vencida por Nicolás Maduro, foi amplamente contestada.
Após o anúncio do Nobel, Corina Machado, que vive na clandestinidade dentro da Venezuela para evitar a prisão, reagiu com surpresa e emoção. “Estou em choque. Esse prêmio é para todo um movimento”, declarou em vídeo divulgado nas redes sociais. Ela tem desempenhado papel central na unificação de uma oposição historicamente fragmentada, articulando consensos em torno da defesa de eleições livres e de um governo legítimo.
O Comitê do Nobel destacou ainda a importância de sua liderança em tempos de retrocesso democrático. “Machado mostrou que as ferramentas da democracia também são ferramentas da paz. Ela representa a esperança de um futuro onde os direitos fundamentais sejam respeitados e as vozes dos cidadãos ouvidas”, afirmou o comunicado oficial. A instituição frisou que a premiação reforça a necessidade de preservar valores democráticos em meio a crescentes ameaças autoritárias.
Além do reconhecimento internacional, María Corina Machado receberá 11 milhões de coroas suecas, equivalentes a cerca de R$ 6,2 milhões. Em 2024, ela já havia sido agraciada com o Prêmio Sakharov, concedido pelo Parlamento Europeu como símbolo da luta pela liberdade de pensamento e pelos direitos humanos.



















