
Os focos de incêndio na região da Serra do Amolar, no Pantanal de Corumbá, não cessam e já consumiram cerca de 19 mil hectares. A situação se agravou rapidamente: em apenas dois dias, entre 5 e 6 de outubro, a área afetada subiu de 7 mil para 12 mil hectares, e nesta quarta-feira (8), o número saltou novamente, marcando o 11º dia consecutivo de queimadas.
As informações são do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), que acompanha de perto o avanço das chamas. O fogo se espalha em uma região de difícil acesso, próxima à fronteira com a Bolívia, o que complica ainda mais os esforços de contenção e resposta rápida.
Atualmente, 25 militares atuam no combate direto às chamas. São 15 brigadistas do Prevfogo, programa do Ibama voltado à prevenção e combate de incêndios florestais, e 10 brigadistas do próprio IHP. Os profissionais trabalham em condições extremas, com calor intenso e áreas de vegetação densa.
Para reforçar a operação, a Defesa Civil de Mato Grosso do Sul deve enviar duas novas aeronaves nos próximos dias, com a missão de realizar lançamentos de água sobre as áreas críticas. O apoio aéreo é considerado essencial diante das características do terreno e da velocidade de propagação do fogo.
Além disso, há expectativa para a liberação de mais 10 brigadistas, que aguardam autorização para integrar as ações emergenciais, especialmente em pontos próximos à fronteira internacional, onde o fogo ameaça transpor os limites territoriais.
Diante do cenário crítico, a Prefeitura de Corumbá decretou estado de emergência por 90 dias. A medida busca agilizar contratações, apoio logístico e acesso a recursos federais e estaduais para conter o desastre ambiental em curso.
Entre os fatores que motivaram o decreto estão os 35 dias consecutivos sem chuvas significativas, a ocorrência de ventos fortes, temperaturas elevadas e o acúmulo de vegetação seca — condições que favorecem a combustão e dificultam o controle das chamas.
A Serra do Amolar é considerada uma das regiões mais ricas em biodiversidade do Pantanal e abriga espécies ameaçadas de extinção, além de ser estratégica para a conservação do bioma. O avanço do fogo acende alerta para os riscos da temporada de seca prolongada e da falta de estrutura permanente para prevenir tragédias ambientais recorrentes no bioma.