O Abril Azul é o mês de promoção da inclusão, combate ao preconceito e garantia de direitos dos autistas

O Abril Azul é uma campanha criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), de conscientização sobre o autismo, que visa promover a inclusão, combater o preconceito e garantir direitos. O tema da campanha nacional de 2025 é “Informação gera empatia, empatia gera respeito!”.
O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realiza diagnóstico e acolhimento dos pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por meio dos Ambulatórios de Neurologia Infantil e Psiquiatria Infantil.
A psiquiatra do Humap-UFMS Mayara Marques Muchon explica que o Transtorno do Espectro Autista é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, os sintomas estão presentes desde a infância e prejudicam o funcionamento da criança ou adolescente. “As caraterísticas essenciais do TEA são: prejuízos na comunicação social e na interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades”.
A especialista aponta que em relação aos padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesse ou atividades, podem manifestar-se como estereotipas, como abanar as mãos, balançar o tronco; o uso repetitivo de objetos, como enfileirar objetos e brinquedos; apego excessivo a rotinas e interesses fixos de forma intensa a objetos. Além disso, é caracterizado por sensibilidade exagerada ou reduzida a estímulos sensoriais, com respostas extremas a sons, cheiros, texturas, luzes e sabor, que podem ser manifestadas por seletividade alimentar, desconforto com certos tipos de tecidos e etiquetas de roupas e desconforto importante com barulhos.
“Em relação aos prejuízos na interação social, observa-se dificuldades em iniciar, manter e compreender as relações sociais, interesse reduzido pelos pares (indivíduos da mesma idade) e por compartilhar brincadeiras e emoções e dificuldades em compartilhar brincadeiras de faz de conta. Já os prejuízos na comunicação verbal e não verbal podem ser manifestados por atraso de fala, uso reduzido ou atípico de contato visual, expressões faciais, entonação da fala ou gestos”, acrescenta a Dra Mayara Marques Muchon.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através da avaliação clínica da criança ou adolescente, entrevistas com a família, troca de informações com a escola e outros profissionais que também acompanham o paciente, desde professores, psicólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, educadores físicos, nutricionistas, pediatras, entre outros, para melhor avaliação da criança ou adolescente em todos as áreas de sua vida.
“Não existe idade mínima para diagnóstico, mas o diagnóstico precoce, anterior aos dois anos de idade, é fundamental para iniciar as intervenções de forma precoce, possibilitando mais qualidade de vida, aprendizado de habilidades e minimizando os prejuízos. Sabemos que existem sinais de alerta para Transtorno do Espectro Autista em crianças menores de um ano de idade, indicadores para uma melhor investigação e avaliação por uma equipe especializada, sendo os sinais de alerta: não reagir ao chamado pelo nome, pouco ou nenhum sorriso, pouco ou nenhum contato visual”, exemplifica a psiquiatra.
Mesmo antes de se concluir o diagnóstico, o início das intervenções multiprofissionais de forma precoce e de maneira efetiva potencializará as capacidades e maiores serão os ganhos em desenvolvimento social, emocional, cognitivo e funcional. Além disso, a orientação para a família é fundamental para que o estímulo adequado seja oferecido também em casa e na escola, para que os responsáveis se tornem mais capacitados para lidar com os desafios do dia a dia e promover um ambiente mais estruturado. “Diagnóstico não é destino, é ponto de partida”, conclui a psiquiatra do Humap-UFMS Mayara Marques Muchon.
Rede Ebserh
O Humap-UFMS faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde dezembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.