Relato de experiência integrou grupo de Diálogos sobre Educação e Formação em Saúde, entre os mais de 5 mil trabalhos aceitos para o Congresso
Realizado a cada três anos, o Congresso Nacional da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) recebeu, em 2018, aproximadamente sete mil inscrições e aceitou, para apresentação, mais de cinco mil trabalhos. Entre os trabalhos elencados na categoria de Comunicação Oral, foi aceito o relato de experiência sobre a Formação de Doulas Comunitárias do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD).
A apresentação foi feita pela enfermeira obstetra Ana Carla Tamisari, que integra o Grupo Condutor do Projeto. Foram expostas informações e dados relativos à primeira turma do Curso de Formação, realizado entre maio de 2017 e janeiro de 2018. Nessa primeira turma, foram ofertadas 40 vagas, houve 92 inscrições e a seleção ocorreu entre junho e julho, por meio de análise do perfil para o serviço comunitário e perfil psicológico. Das selecionadas, 29 concluíram o curso. Foram quatro módulos teóricos e um prático (cada Doula cumpriu pelo menos cinco plantões de seis horas no Centro Obstétrico).
Paralelamente ao Curso de Formação, foi realizada uma pesquisa com 57 mulheres acompanhadas pelas Doulas. A mensuração 10 (máxima) esteve presente em 80,70% das manifestações com relação a se sentir acolhida, 77,19% a se sentir fortalecida, 78,94% a se sentir segura, 87,71% a se sentir respeitada, 68,42% a se sentir informada, 52,63% a se sentir com menos dor, 63,15 % a se sentir com menos medo, 82,45% a se sentir atendida em suas necessidades, 61,40% a se sentir atendida nas necessidades de seu bebê e 85,96% com relação a se sentir satisfeita.
Desdobramentos além do Centro Obstétrico
Para além dos resultados obtidos na pesquisa, o projeto gerou também um impacto positivo que não se pode mensurar: o trabalho das Doulas Comunitárias em suas comunidades, preparando gestantes e casais, individualmente ou em grupos, para o momento do parto.
“A experiência superou todas as expectativas iniciais. A aceitação foi tão positiva que o curso tornou-se um Projeto de Extensão da Universidade. Além da ótima receptividade dos profissionais de saúde envolvidos diretamente na assistência ao parto, houve um aumento perceptível do número de partos vaginais em relação às cesarianas, demonstrando que o apoio emocional durante o trabalho de parto faz toda a diferença para a parturiente e sua família”, apontam as conclusões do trabalho apresentado.
No mesmo grupo de “Diálogos sobre Educação e Formação em Saúde” foram apresentados outros quatro trabalhos, com temas relacionados à formação técnica em saúde, pós-graduação a distância e residência multiprofissional em Saúde da Família. Após as apresentações, houve uma roda de conversa para aprofundar e sanar dúvidas a respeito dos temas expostos. “Foi muito gratificante, pois a maioria das perguntas foi sobre o nosso trabalho, foi o que despertou mais interesse e a gente conseguiu compartilhar a experiência”, comentou Ana Carla.
O Congresso Nacional de Saúde Coletiva de 2018 foi realizado de 26 a 29 de julho, na sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro (RJ). Além da enfermeira Ana Carla, a representação do HU-UFGD no evento foi feita pela jornalista Vanda Escalante, que também e compõe o Grupo Condutor do Projeto.
