Henrique foca democratização da literatura à frente da ASL

Acadêmicos com autoridades; posse da nova diretoria da ASL foi nesta segunda-feira – Assessoria ASL
Acadêmicos com autoridades; posse da nova diretoria da ASL foi nesta segunda-feira – Assessoria ASL

A necessidade de incentivo à cultura e educação em Mato Grosso do Sul foi a tônica do discurso, ontem, do presidente empossado na ASL – Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, o escritor Henrique Alberto de Medeiros Filho. “É preciso que a gente ofereça e tente levar às ruas o que é possível de nossas origens, de nossas raízes, identidades. É preciso fugir do analfabetismo cultural, do abandono cultural”, disse Medeiros, 11º presidente eleito da academia em seus 46 anos de atividades.

A posse da nova diretoria da ASL – composta, além da presidência, pela escritora e professora Raquel Naveira como vice-presidente; pelo poeta Rubenio Marcelo como secretário-geral; o escritor J. P. Frazão como secretário; a poeta Elizabeth Fonseca como 1ª tesoureira; e o escritor e historiador Valmir Batista Correa como 2º tesoureiro – foi realizada na nova sede da Academia, em Campo Grande, com a presença de inúmeras personalidades e autoridades das áreas cultural, governamental e empresarial.

Segundo Henrique de Medeiros, “Mato Grosso do Sul ainda precisa crescer demais no aspecto do pensamento, da cultura, do desenvolvimento, das artes como um todo. Desde a literária, como todas outras”, quando enfatizou ser muito importante que a ASL esteja cada vez mais presente e próxima da comunidade sul-mato-grossense. A ASL é uma das casas culturais de maior representação no cenário sul-mato-grossense, reunindo os maiores escritores de Mato Grosso Sul, promovendo a defesa da língua portuguesa e o cultivo da arte literária.

Para o poeta Rubenio Marcelo, secretário-geral da nova diretoria, a Academia precisa ser moderna, fecunda e extremamente participativa junto à população, incentivando a literatura e a leitura. “São ações que precisam ser implementadas, para que haja desenvolvimento cultural”, afirmou Rubenio.  Para o escritor e historiador Valmir Corrêa, 2º tesoureiro, a nova administração defende um novo momento que tem como meta estar mais presente nas ruas, no cotidiano dos cidadãos, com olhares voltados ao desenvolvimento intelectual e cultural do Estado.

Segundo estimativas da Pesquisa Retratos da Leitura, 44% da população brasileira não lê e outros 33% nunca comprou um livro. É essa a realidade que a Academia pretende mudar dentro de Mato Grosso do Sul. Para o presidente da ASL, Henrique de Medeiros, “Ler é a coisa mais simples do mundo, a literatura não pode ser uma coisa elitizada, vamos trabalhar sua democratização, buscando novos bons projetos que se unam aos existentes”. Para ele, a ASL precisa zelar e incentivar as derivações literárias da cultura nacional e estadual como ferramentas indispensáveis ao crescimento e formação da sociedade.

A solenidade contou com seleta programação literocultural especialmente elaborada com textos e poemas dos escritores Ulisses Serra, Germano Barros de Souza, José Couto Vieira Pontes, Helio Serejo e Manoel de Barros, dentro de um histórico literário sul-mato-grossense por algumas vertentes de seus acadêmicos. Participaram da programação os acadêmicos Elizabeth Fonseca, Geraldo Ramon, José Pedro Frazão, Ileides Muller e Raquel Naveira.

Com 46 anos de existência, a ASL hoje está com duas cadeiras vagas – a cadeira 1, vaga por Manoel de Barros e a 31, vaga por Hildebrando Campestrini -, tendo entre seus acadêmicos, além dos citados na diretoria, Abílio Leite de Barros; Abrão Razuk; Altevir Soares Alencar; Américo Ferreira Calheiros; Antonio João Hugo Rodrigues; Augusto César Proença; Emmanuel Marinho; Francisco Albuquerque Palhano; Francisco Leal de Queiroz; Geraldo Ramon Pereira; Guimarães Rocha; Hermano de Melo; Ileides Muller; José Couto Vieira Pontes; Lélia Rita de Figueiredo Ribeiro; Lucilene Machado Garcia Arf; Maria Adélia Menegazzo; Marisa Serrano; Orlando Antunes Batista; Paulo Corrêa de Oliveira; Paulo Sérgio Nolasco dos Santos; Paulo Tadeu Haendchen; Pe. Afonso de Castro; Reginaldo Alves de Araújo; Rêmolo Letteriello; Renato Toniasso; Samuel Xavier Medeiros; Theresa Hilcar; Valmir Batista Corrêa e Wilson Barbosa Martins. Oswaldo Almeida e Pedro Chaves foram recentemente eleitos para cadeiras que estavam vagas (respectivamente cadeiras 3 e 19) e aguardam solenidades de posse.

Fundada, em 30 de outubro de 1971, pelos escritores Ulisses Serra, Germano de Souza e José Couto Pontes, a instituição surgiu com o nome de Academia de Letras e História de Campo Grande. Esta denominação predominou até final de dezembro de 1978, quando, às vésperas da instalação da nova unidade da Federação (MS), que se daria no dia 1º/01/1979, a entidade foi transformada em Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL).

Adotando rigorosos e abalizados critérios para a habilitação e eleição de seus membros, com 40 cadeiras vitalícias, aos moldes da ABL, a ASL registra ao longo da sua existência uma história marcante voltada para a defesa da língua portuguesa e o cultivo da arte literária, zelando e incentivando todas as derivações da cultura nacional e estadual. Foi sediada por muitos anos na Rua Rui Barbosa, nº 2624, e recentemente inaugurou a sua nova sede situada na Rua 14 de Julho, nº 4715, Bairro São Francisco, Campo Grande.

Com fachada em colunas metálicas e frontais ‘paredes de vidro’, biblioteca, salas de reunião e amplo auditório, o prédio possui arrojado estilo de vanguarda, sendo uma das mais modernas sedes de academias estaduais de letras do país. A fachada da Academia faz alusão a uma ‘floresta do conhecimento’ (formada simbolicamente por ‘lápis brancos’ que eventualmente se colorem com efeitos de luzes projetadas de holofotes multicores).

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