Fachada do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)© José Cruz/Agência Brasil

Após a revelação de fraudes envolvendo descontos indevidos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas, ministros do governo Lula manifestaram apoio a investigações mais profundas, à punição de envolvidos e a mudanças administrativas no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

As declarações, feitas por representantes de diferentes pastas como Justiça, Fazenda, Trabalho e Previdência, indicam uma articulação para preservar a imagem institucional e responsabilizar os autores dos desvios. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, permanece no cargo, embora sob pressão de opositores.

Fontes do governo avaliam que um eventual afastamento de Lupi, neste momento, poderia ser interpretado como uma admissão de culpa do atual governo, apesar de as investigações apontarem que os desvios começaram ainda em 2019, durante outra gestão.

De acordo com a Polícia Federal, os prejuízos causados por descontos não autorizados somam R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, com aumento expressivo dos casos a partir de 2023. A continuidade de Lupi dependerá de sua resposta diante da crise, segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

Lupi admitiu que o INSS demorou a reagir às denúncias e sugeriu que a autarquia deixe de intermediar os descontos de entidades nas folhas de pagamento. Segundo ele, essas cobranças devem ser feitas diretamente pelas entidades, sem o envolvimento do INSS.

Tanto o ministro quanto o PDT, partido ao qual é filiado, defendem sua permanência. Lupi também destacou a sobrecarga de processos no INSS como um dos fatores que dificultaram a reação inicial aos indícios de fraude.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que o governo pretende levar à prisão todos os envolvidos no esquema. “Pagarão todos aqueles que tiverem responsabilidade, custe o que custar”, declarou em audiência na Câmara dos Deputados.

O governo ainda não definiu como será feita a devolução dos valores indevidamente descontados. Segundo o ministro Fernando Haddad, a Controladoria-Geral da União (CGU) está à frente das apurações, e a compensação dependerá da identificação precisa das vítimas. (Com R7)

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