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Faker, o gamer conhecido como “deus” na Coreia do Sul

Com salário de R$ 9 milhões por ano, jogador de League of Legends, de 22 anos, quer estudar Neurociência para provar que “talento” é um elemento inato do ser humano

Sang-hyeok Lee, o popular “Faker” – Foto: Pinterest

Sang-hyeok Lee, ou “Faker”, é o sul-coreano mais popular entre os adolescentes ao redor do mundo – talvez mais do que o skatista Yuna Kim ou o ex-jogador do Manchester United (ING) e da seleção nacional Ji-sung Park. Membro do time SK Telecom Pro Gaming Team “T1”, do jogo League of Legends (LoL), Faker é considerado, aos 22 anos, o melhor do mundo no game. “É o Neymar do jogo”, diz o estudante Gabriel Mendes, que também pratica o jogo.

Em 2016, Faker liderou sua equipe ao segundo título do League of Legends World Championship – a Copa do Mundo do game -, sediada nos Estados Unidos e que foi acompanhada por cerca de quatro milhões de pessoas ao redor do mundo por meio do serviço streaming.

A “T1” já havia conquistado o troféu (e o prêmio de US$ 2 milhões – R$ 10 milhões) em 2013, mas foi a primeira vez que Faker foi eleito o melhor jogador do torneio. À época, a mídia estadunidense o comparou ao jogador de futebol argentino Lionel Messi e à lenda do basquete do país, Michael Jordan. Há quem diga que ele já é o maior atleta de e-Sports da história, ao lado do conterrâneo Lim Yo-hwan, conhecido como “BoxeR”, que joga Starcraft.

Os fãs ao redor do mundo chamam Faker de “rei” ou “deus”. “Eu prefiro ‘deus'”, disse ele ao jornal sul-coreano Chosun Ilbo no ano passado. “Algumas pessoas me criticam por ser autoconfiante demais, mas é algo que soa como um elogio para meus ouvidos. Eu gosto de escutar quando dizem isso porque eu tenho uma razão para ser confiante: eu posso bater qualquer um no LoL”, completou.

Os treinos de Faker levam a sério a palavra “diário”: são 12 horas seguidas à frente do computador, na maior parte das vezes nas madrugadas. “Costumo ir para a cama às 4h e acordar ao meio-dia”, contou ao periódico. Antes de partidas importantes ou ligas, como a World Championship, os treinos chegam a seguir 15 horas ininterruptas. Para ele, no entanto, não basta apenas a habilidade adquirida com o tempo jogando: é preciso talento.

“Eu não recomendaria a profissionalização em games para pessoas que não sejam talentosas. A quantidade de estresse que você precisa enfrentar depois de perder uma partida é insuportável para um jovem. Acho que 90% das pessoas que tentam se tornar profissionais acabam desistindo”, aconselhou.

O pai de Faker, Kyung-joon, recentemente causou polêmica na Coreia do Sul ao afirmar que, apesar da autoconfiança publicamente conhecida do filho, ele era uma criança introvertida e solitária. O menino cresceu com o pai e a avó paterna depois que a mãe saiu de casa. Como Kyung-joon tinha longas jornadas de trabalho em um escritório, ele passava o tempo livre jogando com seu irmão mais novo.

Faker começou no League of Legends em 2012 e logo alcançou o primeiro lugar do ranking sul-coreano. Um ano depois, a SK Telecom ofereceu a ele um contrato profissional que, se por um lado pagava bem, por outro exigia que ele saísse do segundo ano do ensino médio para se dedicar exclusivamente aos treinos.

O salário atual dele não é divulgado pela equipe, mas se especula que gira em torno de US$ 2,5 milhões (R$ 9,1 milhões, segundo a cotação de maio) por ano – quase o dobro do que ganha o jogador de beisebol Kim Tae-Kyun, o atleta mais bem pago do país (US$ 1,4 milhão – R$ 5,1 milhões), que joga pelo Hanwha Eagles, da liga local. Os jornais sul-coreanos ainda afirmam que ele pode ganhar ao menos US$ 800 mil (R$ 2,9 milhões) por cada vitória.

Há ainda a arrecadação por meio de propagandas de tipos de PC Gamer, processadores, roupas e outros produtos no mercado sul-coreano, cujos valores não são revelados.

“Eu não gasto muito mais do que US$ 10 por mês”, provocou Faker na mesma entrevista.

“Nós não tínhamos muito dinheiro quando eu era criança, e eu sinto que as coisas não mudaram muito. Eu não sou ganancioso. Meu pai administra meu salário e meus ganhos. Quando você está praticando, você não tem tempo para gastar dinheiro, e eu não gosto de comer fora ou comprar novas roupas. Além do mais, não tenho namorada”, completou. O Chosun Ilbo publicou que Faker comprou um apartamento de 158 metros quadrados para sua família em Seul, capital sul-coreana, em 2016.

Faker também diz que raramente usa redes sociais ocidentais, como o Facebook ou o Instagram, porque prefere ficar atento à sua carreira como jogador profissional. “Os e-Sports são esportes mentais, assim como o xadrez. Me entristece ver como a sociedade sul-coreana não percebe isso. Para mudar o panorama, eu espero que os atletas de e-Sports tenham uma postura mais profissional daqui para frente”.

A “mentalidade”, no entanto, vai além do cuidado com a carreira de gamer: Faker pretende aliar a carreira com o curso universitário em breve. Ele quer estudar neurociência para, acima de tudo, provar que o “talento” é inato aos seres humanos. “Não importa quantas vezes eu me pergunte porque eu sou o deus do LoL, minha única resposta é o talento natural. Suspeito que isso é algo do meu cérebro e é algo que eu quero estudar”, finalizou.

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