Exportações brasileiras crescem, mas setor deve se profissionalizar

Especialista em comércio internacional adverte sobre cuidados e erros na hora de comprar e vender a outros países

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 27,12 bilhões entre janeiro a maio deste ano. Nos cinco primeiros meses foram exportados USS 108,63 bilhões e importados US$ 81,51 bilhões. Os dados são do portal Comex Stat, vinculado ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do governo federal.

Os números mostram que as transações de compra e venda para outros países continuam em alta, embaladas principalmente pelas commodities de soja (19%), minério de ferro (15%) e óleos brutos de petróleo (10%). Mas o que antes era um movimento exclusivo de grandes empresas, hoje é prática adotada por negócios de diferentes portes e ramos de atuação.

Artigos de confeitaria, frutas, bebidas alcoólicas, inseticidas, ferramentas de uso manual, equipamentos domésticos e uma série de produtos ganham cada vez mais relevância nos indicadores do comércio exterior.

“A expansão em outras áreas de negócios é muito positiva. Isso gera novos empregos, renda e permite que pequenos e médios empresários encontrem diferentes possibilidades a seus produtos nos cinco continentes”, explica o advogado especialista em direito aduaneiro Arthur Achiles de Souza Correa.

Precauções

Entretanto, antes de iniciar as transações com outros países, é necessário fazer um bom planejamento financeiro, conhecer as normas legais, a documentação envolvida nesses acordos, planejar a logística e a embalagem dos produtos. Uma falha nesses procedimentos costuma gerar grandes prejuízos, já que as movimentações são feitas em grande escala.

E mais do que se imagina, esses problemas acontecem com regularidade. Em 2020 as repartições aduaneiras da Receita Federal distribuídas em todo território nacional analisaram 3,79 milhões de declarações de importação e exportação. O total de créditos tributários lançados e apreensões feitas alcançou R$ 7,5 bilhões.

“Isso mostra que empresas do comércio internacional precisam melhorar sua gestão, se profissionalizar cada vez mais, ficar atentas às inúmeras variáveis do negócio e evitar riscos desnecessários”, orienta o especialista em direito aduaneiro.

Erros mais comuns

Segundo Correa – que atua há 20 anos no comércio internacional e foi membro da Câmara Britânica de Comércio – os erros mais comuns poderiam ser evitados com a ajuda de um profissional do ramo.

“O primeiro cuidado é analisar o mercado, conhecer a relação do governo brasileiro com a administração do país com o qual se pretende trabalhar e verificar como são os processos de colaboração no âmbito do comércio exterior”, esclarece.

Precauções relacionadas à tributação, câmbio e volatilidade, legislação sanitária, regras envolvendo embalagens e informações impressas, logística, segurança e custos com transporte vêm em seguida.

O terceiro ponto de atenção envolve a documentação, prazo de entrega, características do produto, tamanho do pedido, valor da compra e dados de identificação do exportador e do comprador.

Todo cuidado é necessário

Outra recomendação para quem deseja aproveitar o bom momento do comércio internacional é fazer as operações bem estruturadas e com segurança jurídica. Dessa forma, o negociante evita dissabores.

Um exemplo disso foi vivenciado por uma brasileira que reside na Europa há 8 anos e trabalha com consultoria para empresas que desejam exportar seus produtos para o Brasil ou importar para Europa.

“Mesmo tendo bastante conhecimento do funcionamento de vários setores do comércio e contando com uma vasta rede de network, uma empresa para a qual fizemos consultoria resolveu fazer uma importação de soja. Após realizar parte do pagamento, não recebeu o produto”, explica a brasileira que prefere não se identificar.

Ela relata que a companhia fez várias tentativas para reaver a parte que havia sido paga, mas sem sucesso. Dessa forma, a empresa teve um grande prejuízo monetário.

“Uma experiência mal sucedida traz não só perdas monetárias, mas de confiança e credibilidade no mercado com o qual o importador está trabalhando, neste caso o Brasil, e também coloca em dúvida a seriedade e competência de todas as empresas parceiras no projeto”, completa.

Por esses motivos, o perito em direito aduaneiro adverte: “Nada de querer fazer as operações aduaneiras sozinho ou sem o apoio de um profissional que realmente compreende todos os processos envolvidos. Quando as empresas buscam um especialista, elas têm amplo apoio jurídico, atendimento personalizado e isso alavanca os negócios com mais rapidez e transparência”, ressalta Arthur Achiles de Souza Correa.

“Ao mesmo tempo em que o especialista acelera os negócios internacionais, ele consegue localizar novos compradores de outros países que se interessam pelas mercadorias produzidas aqui no Brasil, abrindo novas frentes aos dois lados”, complementa Correa.

DEIXE UM COMENTÁRIO/RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.