O Prêmio Nobel de Literatura de 2024 foi para a escritora sul-coreana Han Kang, conhecida por obras como A Vegetariana. Segundo a Academia Sueca, a romancista foi escolhida por sua “intensa prosa poética, que enfrenta traumas históricos e revela a fragilidade da vida humana”.
A instituição destacou que “Han Kang possui uma sensibilidade única para as conexões entre corpo e alma, vivos e mortos, e, com seu estilo poético e experimental, tornou-se uma inovadora da prosa contemporânea”.
Filha do também escritor Han Seung-won, Han Kang nasceu em 1970, na cidade de Gwangju, e mudou-se para Seul, capital da Coreia do Sul, aos nove anos. Além da literatura, sempre se dedicou às artes e à música, algo que, conforme a Academia Sueca, “reflete-se em toda a sua obra literária”.
A carreira literária de Han Kang teve início em 1993, com a publicação de poemas em uma revista sul-coreana, e sua estreia na prosa ocorreu em 1995, com uma coletânea de contos. Seu maior sucesso, A Vegetariana, foi lançado em 2007, mas ganhou projeção internacional na década seguinte. O romance narra as consequências violentas após a protagonista Yeong-hye decide parar de comer carne, desafiando as expectativas do marido e do pai autoritário. Yeong-hye é internada em uma clínica psiquiátrica, e sua irmã tenta restaurar sua “normalidade”, enquanto ela afunda em um estado semelhante à psicose.
Além de A Vegetariana, Han Kang também teve outras obras publicadas no Brasil, como Atos Humanos e O Livro Branco, todas pela editora Todavia. Atos Humanos parte do massacre de estudantes em Gwangju, em 1980, para dar voz às vítimas, utilizando um estilo “visionário e sucinto”, conforme a Academia Sueca. Já O Livro Branco é uma narrativa sobre luto, em que a narradora é assombrada pela memória de sua irmã que faleceu logo após o nascimento. A obra é estruturada em uma sequência de notas curtas, todas relacionadas a objetos brancos, cor que simboliza o luto em algumas culturas orientais.
- Com AnsaFlash