Escola Senai da Construção forma nesta sexta-feira 4ª turma de imigrantes haitianos

Mais de 60 alunos já foram qualificados por meio de acordo entre MPT e empresa Plaenge

Fruto da parceria estabelecida entre Escola Senai da Construção, Plaenge e Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul (MPT-MS), mais uma turma de imigrantes haitianos será formada para atuar no mercado da construção civil. Desta vez, serão diplomados 24 haitianos, que iniciaram o curso de introdução a técnicas para revestimento cerâmico e argamassado no mês passado e receberão os certificados de conclusão nesta sexta-feira (27/03). O evento ocorrerá às 19 horas, no auditório da escola em Campo Grande.

Na avaliação do gerente da Escola Senai da Construção no estado, Roger Benites, a formação dessa 4ª turma vem ao encontro da necessidade de mão de obra qualificada e de reações positivas do setor com a abertura de vagas. Recentemente, a Agência Municipal de Habitação de Campo Grande (EMHA) lançou processo seletivo em que foram oferecidas 45 vagas abrangendo diversas funções, para contratação temporária por um período de 12 meses e com salários que variavam entre R$ 1,2 mil e R$ 3,5 mil. “Fornecer uma preparação profissional para esses imigrantes que deixaram seu país em busca de uma melhor perspectiva de vida é muito gratificante para a nossa instituição”, observou.

Para o aluno Junel Ilora, que é imigrante haitiano e faz parte da Associação para a Solidariedade dos Haitianos no Brasil (Ashbra), o curso simboliza a concretização de um sonho. “Poder estudar no Senai, que é referência em qualificação profissional no Brasil, com ótima estrutura e professores de ponta, é o alcance de um sonho que vem acompanhado da possibilidade de aprender um pouco mais o idioma português”, destacou.

Nascido em um país cuja história é marcada por governos ditatoriais, guerra civil e tragédias ambientais, como um terremoto catastrófico em 2010, Bernard Denord, 29 anos, entendeu que era o momento de tentar a sorte no Brasil, assim como fizeram milhares de compatriotas. “Trabalhava como escrivão, mas as coisas, que já eram difíceis, ficaram ainda piores depois do terremoto. Em 2012, percebi que não existiam muitas chances de a situação melhorar e decidi vir para o Brasil. Hoje, trabalho como conferente em um atacado, mas depois dos cursos no Senai descobri uma paixão e minha vontade agora é fazer uma faculdade de Engenharia Civil”, contou. Além desse emprego, a renda extra com serviços de pintura irá contribuir para o custeio da faculdade, acrescenta ele.

Outras turmas

No período de outubro de 2017 a julho de 2018, um Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre o MPT-MS e a construtora Plaenge, após a constatação de condições precárias de segurança e saúde em canteiro de obras, permitiu a qualificação de 62 pessoas – 51 haitianos – no curso profissional para pintores, com carga aproximada de 40 horas. Divididas em cinco turmas, elas aprenderam técnicas de pintura predial, integração social e normas de saúde, segurança e higiene no trabalho. A iniciativa priorizou refugiados dos bairros Vila Progresso e Rita Vieira em Campo Grande.

Em 2015, o MPT-MS viabilizou a realização de um curso de língua portuguesa para 35 haitianos, que também ocorreu em Campo Grande. O material escolhido para o ensino do idioma oficial brasileiro ainda supriu outra necessidade apontada por eles, a de conhecer os aspectos culturais e a organização do país.

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