Encontro de Química Verde debate de biossíntese de polímeros a papel de agentes financeiros na viabilização de projetos

Como parte da programação do 8º Encontro da Escola Brasileira de Química Verde, que começou nesta terça-feira (06/11) e termina nesta quarta-feira (07/11), no ISI Biomassa (Instituto Senai de Inovação em Biomassa), localizado em Três Lagoas (MS), os participantes assistiram uma conferência plenária sobre biossíntese de polímeros naturais de materiais verdes e a uma mesa redonda sobre o papel dos agentes financeiros na formulação, acompanhamento e viabilização financeira de projetos com elevado grau de incerteza.

Para falar sobre a produção de polímeros, o conferencista Bradley Olsen, que é professor de Engenharia Química do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), explicou que o polímero é um dos principais componentes de biomassa e pode ser encontrado na soja e no leite. “É também possível, com bioprocessos, desenhar novos polímeros de proteína usando a engenharia genética. E é isso que eu faço, uso a tecnologia genética para desenhar novas proteínas, levando em consideração como essa tecnologia pode ter impactos nos bioprocessos e na área de novos materiais sustentáveis”, detalhou.

Ele ainda reforçou que há muitas indústrias dos segmentos de cosméticos, biocatálise, biomateriais que já usam proteína para desenvolver alguns produtos. “E também com avanços nas áreas de bioprocessos, ou seja, uso de biomassa agrícolas, vai ser possível desenvolver novos produtos e polímeros para aumentar a sustentabilidade de outras indústrias”, completou.

Mesa redonda

Para abrir a mesa redonda sobre o papel dos agentes financeiros na viabilização de projetos, gerente de relações externas e captura de recursos do Grupo Solvay, Alessandro Rizzato, realizou uma apresentação sobre a indústria química dirigida por químicos conceituados, com produtos que atendem mercados diversificados no mundo todo, passando por bens de consumo até energia e sobre a Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Inovação das Empresas).

“A Anpei atua junto com as instâncias de governo, os setores produtivos e os formadores de opinião, disseminando a importância da inovação tecnológica para a competitividade das empresas e o desenvolvimento do Brasil. Outra iniciativa importante da Anpei são os Comitês Temáticos, que se reúnem mensalmente para debates e troca de experiência em diversas áreas e eu coordeno um deles”, explicou Alessandro Rizzato.

O superintendente da área de Institutos Tecnológicos e de Pesquisa da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), Edgard Rocca, abordou as condições que o país oferece para transferência de todo o conhecimento gerado para as empresas, destacando que a Finep, ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, tem o objetivo de financiar estudos e pesquisas deste a academia até inovações em empresas, para que desenvolvam novos produtos e novos processos.

“No fundo, todos nós estamos visando atingir a sociedade, levando bem-estar para as pessoas. Se queremos desenvolver esse segmento precisamos desses investimentos para projeto de maior risco tecnológico, quando as empresas não têm condições de assumir sozinha e para micro e pequenas empresas, quando há risco de mercado”, declarou Edgard Rocca.

Encerrando o primeiro dia de evento, o consultor do Instituto Fraunhofer, Markus Will, fez uma breve apresentação sobre o instituto, ressaltando a parceria existente com o Senai para a ajudar a instituição a se posicionar no sistema brasileiro de inovação. Para ele, o grande desafio do fomento à inovação é integrar academia e indústrias.

“Temos de ter um pé na ciência básica, com relação forte com as universidades, e o outro pé na indústria. Esse talvez seja o maior desafio de entender como empresas e indústrias trabalham, quais os requisitos delas, porque essa a grande dificuldade. São dois mundos completamente diferentes e fazer essa convergência é um grande desafio realmente”, finalizou Markus Will.

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